Vereadores mirins empolgam em sessão simulada com Plenário lotado na Câmara

por hugokol — publicado 21/10/2016 10h20, última modificação 24/10/2016 08h50
Eles apresentaram requerimentos, pediram aparte, debateram ideias e ganharam aula de cidadania

Não houve quem não elogiasse a Sessão Simulada realizada na manhã desta quarta-feira, 4, no Plenário da Câmara Municipal de Marabá, em que 20 crianças e adolescentes  deixaram os vereadores adultos (eleitos pelo povo) sentados na Galeria de Honra e tomaram de conta dos assentos principais, da Mesa Diretora e até da Tribuna.

Para completar, o Plenário estava lotado e os vereadores mirins apresentaram requerimentos, pediram aparte, debateram ideias e ganharam uma aula de cidadania ao cobrar ações em benefício da coletividade.

A presidente da Sessão, Vitória Miranda, filha do atual presidente, Miguel Gomes Filho, mostrou segurança ao dirigir os trabalhos legislativos. Errou a pronúncia do nome do vereador Jhosy (não é fácil mesmo), mas logo em seguida, percebendo seu “pecado”, pediu desculpas ao vereador e ao Plenário e pronunciou o nome corretamente.

Félix Marinho, controlador Geral do Município, representou o prefeito João Salame e parabenizou Miguelito por levar ao Legislativo o embrião do Projeto “Vereador por um Dia”. Marinho cumprimentou todos os vereadores adultos e ainda os mirins. Disse que o carro chefe do mundo é a juventude e a responsabilidade que estava sendo demonstrada ali era o princípio de tudo para transformar o País. “Vocês serão, no futuro, as leis que hoje colocarem no papel”, prenunciou.

Por fim, o controlador desejou que esta seja a primeira de muitas sessões que as crianças terão papel importante. Vocês vão elaborar as leis e transformar o mundo. O Brasil está sendo palco de grandes transformações e a maior de todos é a elaboração de novas leis, começando pelo Congresso Nacional e as Câmaras Municipais, porque os problemas do cotidiano passam por aqui.

Vitória Miranda pediu ao Executivo Municipal que construa ciclovias nas principais vias da cidade para que as pessoas que não têm condições de adquirir automóveis ou motocicletas possam utilizar suas bikes com mais segurança e sem se envolverem em acidentes. Ela também pediu a criação de bosques púbicos na cidade, julgando que esta medida resultaria em mais uma opção de lazer. “Há cidadãos que não têm boas condições para frequentar clubes particulares. Nos bosques, vão poder fazer caminhadas e realizar piqueniques com suas famílias”, disse.

Por fim, a pequena Vitória também pediu a realização de um grande evento cultural para celebrar o Dia das Crianças no mês de outubro, o qual deveria ser pensado e desenvolvido pelas próprias crianças e não por vereadores.

Ana Paula Barbarans pediu que a Prefeitura disponibilize carro para o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Marco Aurélio Brito de Oliveira Júnior, com voz rouca, apresentou dois requerimentos e um anteprojeto de lei e disse que é preciso investir mais em esporte como alternativa de lazer, impedindo que o jovem vá para a marginalidade. Ao terminar, foi ovacionado pela plateia.

Alice da Silva Barbosa leu seus requerimentos e destacou o de número 2, pedindo uma Casa Lotérica no Km 7, pois moradores sofrem com falta de um local apropriado para pagar suas contas. Ela até mesmo mostrou exemplar de Jornal que diz que a presidente Dilma Rousseff autorizou instalação de mais 6 mil agências lotéricas em todo o País.

Tyihaneti Kamuri Sompré, com cabelos caídos sobre o olho esquerdo e em tom de parcimônia leu seus requerimentos e fez uso de um banquinho para alcançar o microfone na tribuna. Ela pediu praça de lazer no bairro Amapá.

Nickael Wentony leu nota de repúdio contra uma escola ausente na sessão, mostrou fotos de uma rua em péssimas condições e pediu limpeza da mesma. Reclamou do acúmulo de lixo na Grota Criminosa e pediu gratuidade no transporte coletivo para estudantes.

Ana Carolina brincou com o próprio nervosismo, descontraiu a plateia e só se sentiu mais a vontade depois que subiu na banqueta para deixá-la mais alta. “Estão cortando as árvores, a cidade está ficando mais quente e a água está sumindo”, reclamou ela ao pedir mais plantio de árvores na cidade, além de bibliotecas móveis nas praças, alegando que pessoas precisam ler mais.

Por fim, Ana Carolina pediu a construção de um hospital público veterinário e lembrou que o município passa por problema crônico com casos de leishmaniose, citando o caso da própria cadela que morreu com esta doença. “Há muitas pessoas que não têm condições de pagar tratamento para seus animais”, atestou.

Isabele Alencar foi direto ao ponto. Apresentou seus requerimentos e pediu faixa de pedestre em frente a todas as escolas públicas e privadas da cidade, além de colocação de placas com nomes das ruas e CEP nas esquinas.

Luciano Lacerda Araújo fez um discurso inflamado, cobrando mais ações do governo municipal. Entre elas, a conclusão da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), e disse que “quer ver até que horas a novela chamada UPA vai ao ar. Estamos pagando uma conta que não fizemos. Este poder tem de se posicionar. Esse poder é base do povo, deve defender a população de Marabá”, alardeou, sugerindo a leitura da Lei Orgânica do Município, do Estado e da Constituição para que todos saibam se defender.

Letícia Francisca Souza pediu a conclusão da quadra de esportes da Liberdade, mostrando imagens do local. Ela também solicitou a construção de um centro de saúde no bairro Bela Vista, além de reflorestamento das margens do Rio Itacaiúnas. “Se não fizermos isso, vamos ter problemas sérios. Tá tudo acabado, sem árvores nas margens do Rio Itacaiúnas.

Luiz Roberto Santos Silva pediu escola de qualidade para estudantes que residem às proximidades da folha 11, Nova Marabá. Ele solicitou que seja feita a revitalização do sistema de iluminação pública na Nova Marabá e melhorias na Escola Felipa Serrão.

Sob aplausos da plateia, Ana Flávia Silva pediu ampla reforma da escola Geraldo Veloso, que segundo ela está em condições precárias, sem ventilação e ainda falta de cadeiras.

Sara Lima comentou requerimentos de colegas. Algumas escolas no município são estaduais e o governo do Estado não faz sua parte. “O prefeito não pode atuar nas escolas estaduais”, complementou, pedindo manutenção de dois chafarizes da Folha 33 e pediu praças com brinquedos adaptados para portadores de necessidades especiais.

Rafael Paiva Pacheco tinha gel no cabelo, a voz aguda, mas deu seu recado sem titubear. Falou de seus requerimentos com naturalidade, pediu construção de praça na Vila Capistrano de Abreu e foi aplaudido pelo público.

Com voz rouca, Cybele de Godoy Rosa usou a tribuna para pedir recapeamento na VE 2, próximo ao Campus II da Unifesspa; reforma das quadras esportivas públicas da Folha 23 e instalação de redutores de velocidade na Quadra 14 da Folha 10.

Os vereadores adultos ficaram sentados na Galeria de Honra, assistindo à sessão e se disseram impressionados com a desenvoltura de seus representantes mirins.

A vereadora mirim Vitória Miranda Leite foi indicada por Miguel Gomes Filho; Anna Paula Barbarans pelo vereador Ilker Moraes; Marcos Aurélio por Leodato Marques; Rodrigo Dias Pereira por Ronaldo Yara; Alice Barbosa foi indicada por Antônia Carvalho; Tyihaneti Kamuri Sompré por Ubirajara Sompré; Ana Carolina por Vanda Américo; Sara Ferreira pelo vereador Elói Ribeiro; Isabela de Alencar por Irmã Nazaré; Luciano Araújo por Pedro Correa; Thiago Elias por Orlando Elias; Letícia Francisca da Silva por Adelmo Azevedo; Luiz Roberto Santos por Guido Mutran; Ana Flávia Silva por José Sidney; Sarah Almeida Lima por Coronel Araújo; Eduardo Enrique Silva por Gerson do Badeco; Thayla Lima por Jhosy do Km 7; Rafael Pacheco por Alecio Stringari; Cybele de Godoy Rosa por Irismar Araújo.