Audiência pública é solicitada pela Câmara

por claudio — publicado 10/09/2013 16h50, última modificação 14/04/2016 09h05
Vereadores querem saber qual critério que vem excluindo as empresas locais de fornecerem para a obra de duplicação da ferrovia

Preocupado com informações obtidas junto a empresários locais de que a Camargo Corrêa, empresa contratada pela Vale para efetuar a duplicação da Estrada de Ferro Carajás no perímetro que compreende o município de Marabá, estaria subsidiando serviços para comerciantes e empresários de outras localidades, preterindo os locais, o vereador Antônio Araújo (PR) ingressou na sessão ordinária desta terça-feira, 10, na Câmara Municipal de Marabá, com um pedido para que seja marcada uma audiência pública com a Vale e Camargo Corrêa para se debater os moldes do empreendimento, e disse ser  primordial que seja dada prioridade ao comércio marabaense. “Nossa taxa de desemprego já é alta, e o nosso comércio precisa desse incentivo”, disse o vereador.

Para ilustrar o assunto, Araújo passou alguns slides sobre uma matéria do jornalista Lúcio Flávio Pinto sobre a atuação da empresa na região, em que são apresentados os números lucrativos da Vale e seu crescimento, apontando para que até 2017 o Estado do Pará seja o maior extrativista de minério do País, superando Minas Gerais. Com isso, a Vale será a maior comercializadora intercontinental do produto. “A previsão é de que em 40 anos tenhamos apenas uma cratera de lembrança do que um dia foi a maior mina a céu aberto, e o que ficará para a comunidade?”, indagou, revelando ainda que obteve informação de que a Camargo Corrêa vem contratando empresa de fora para realizar medicina do trabalho, e pediu que as empresas locais sejam prestigiadas.

Muito ligada no que tange a forma de atuação da Vale e o tratamento da mineradora com a região e, principalmente, com Marabá, a vereadora Antônia Albuquerque, a Toinha do PT, disse que a Vale tem uma relação altamente discriminatória com o sul e sudeste paraense, bem diferente do que ocorre com Minas Gerais. “É uma pena que sejamos tão pacíficos. Conversei com alguns empresários para partirmos para a ocupação, mas os empresários têm uma relação muito próxima com a empresa, e não senti apoio na época”, finalizou Toinha.

Por sua vez, a vereadora Vanda Américo disse que esse requerimento vem no momento certo e pediu, também, para que seja convocado para essa reunião a direção do Sine (Sistema Nacional de Emprego). De acordo com a vereadora, está havendo denúncias nas redes sociais e blogs sobre uma negociação de vagas com algumas empresas para favorecimento pessoal. “Temos notícia de que se estava vendendo vagas no Sine. Essa audiência tem que ter a participação do Sine para esclarecermos essa situação”, ressaltou.