Governador visita a Câmara e recebe demanda dos vereadores

por claudio — publicado 03/04/2013 09h48, última modificação 14/04/2016 09h07
Documento entregue pelas mãos da presidente da CMM e assinada por todos os vereadores solicita retorno da exploração das riquezas da região em obras para a comunidade

Em reunião que começou pela manhã e encerrou no início da tarde desta terça-feira (02) na Sala de Comissões da Câmara Municipal de Marabá, os vereadores debateram com o governador do Estado em exercício, Helenílson Pontes (PPS), o deputado estadual Tião Miranda, o presidente da ACIM (Gilberto Leite), e outras personalidades do município, os principais problemas que afligem Marabá.

O documento entregue pelos vereadores solicitando empenho do governo do Estado em questões prioritárias para Marabá tem como pauta principal, além das discussões básicas, como Infraestrutura, educação, saúde e segurança pública, a intervenção do Governo do Estado na quebra de monopólio da Estrada de Ferro Carajás (EFC), hoje utilizada apenas pela Vale. Eles também cobraram dedicação total na questão da hidrovia para viabilizar o projeto Alpa. “Temos três grandes projetos para o desenvolvimento dessa região e de Marabá: Estado de Carajás, Hidrovia e projeto ALPA, respectivamente, nessa ordem de importância”, disse o experiente vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito (PP).

Governador

A presidente do Poder Legislativo do Município, Júlia Rosa, colocou da necessidade de o Governo do Estado estar mais presente na região. Para ela, deve haver uma grande união entre os governos a fim de resolver ou amenizar as mazelas que hoje atingem o município de Marabá e a região. “Temos uma região potencialmente rica, mas pobre em questão de políticas públicas que venham a melhorar a vida da população”, frisou Júlia Rosa.

Irismar Sampaio (PR) pediu que fosse revista a questão das recuperações das estradas que ligam Marabá ao resto do Estado. “Gostaria de chamar atenção para as nossas estradas. São estradas verdadeiramente assassinas”, colocou Irismar.

Pedro Souza, líder do governo municipal na Câmara, dedicou seu discurso, principalmente, para debater a questão da educação de nível médio e a descentralização no modo de governar o estado do Pará. De acordo com ele, se o governo do Pará não mudar a gestão da educação, não irá avançar. “Ou se descentraliza a gestão das regionais do interior ou continuaremos a ocupar a posição vexatória de último ou penúltimo lugar na avaliação nacional do sistema de educacional”, sintetizou.

 

Como coronel da reserva remunerada da Polícia Militar do Estado do Pará (PM), Antônio Ferreira de Araújo, o coronel Araújo, se ateve em seu discurso, à questão da segurança pública. De acordo com ele, existe um concurso realizado em 2012 e o Estado deveria chamar os aprovados, minimizando a falta de efetivo em Marabá. “Somos a segunda cidade no Brasil em que mais se morre jovens. A segurança pública aqui é precária, e precisamos de um reforço no efetivo de segurança ”, sentenciou, observando colocando ainda, que o município vem tentando colaborar, com a criação da guarda municipal e o gabinete de gestão integrada.

Guido Mutran (PMDB) entoou sua voz para pedir união entre os governos por Marabá. Disse que o principal é que se esqueça o que passou, que a luta de Carajás ficou para trás e Marabá continua a fazer parte do Pará. Para ele, é fundamental uma presença mais efetiva do governo do Estado na região. “Temos problemas macro pra resolver”, citando a questão do crescimento populacional gerada por anúncios de investimentos que não aconteceram.

Alécio Stringari, o Alécio da Palmiteira, cobrou maior atitude na questão do ensino médio e estradas para a zona rural. “Se já existe problemas na sede do município, imagine nas áreas mais afastadas”, reclamou Alécio.

Para o vereador Beto Miranda, é necessário que se coloque de lado as diferenças político-partidárias que envolveram Carajás. Na visão dele, é importante que o Estado olhe melhor para Marabá, que encabece a luta pela quebra do monopólio. “Se não houver a quebra do monopólio da EFC, isolaremos essa região e suas riquezas, e o Estado perde com isso”, frisou Beto.

Beto disse ainda que a maioria das demandas da região pode ser resolvida com boa vontade. “Os órgãos do Estado aqui não possuem material, dá pena”, ironizou.

Helenilson Pontes, Governador em exercício, foi enfático ao afirmar que o Estado do Pará passa por um momento de transformação, após o plebiscito. Segundo ele, é primordial que Governos Estadual e Municipal, através da política, se aliem em busca de soluções para os problemas que afetam a população de Marabá. “Não se pode pensar política apenas para a zona metropolitana, não dá mais pra fazer segurança, saúde e educação só em Belém”, reconheceu Helenilson.

De acordo com ele, não existe revanchismo pelo processo de Carajás, e que o desafio do Governador é fazer a integração do Estado e seus quase oito milhões de habitantes, descentralizando os serviços e departamentos, prestando um melhor serviço à população.

De posse do documento emitido e entregue pelos vereadores, Helenilson disse serem necessárias atitudes como a da Câmara de Marabá em busca de parcerias com o governo estadual pare que o governador tenha um panorama do que está acontecendo em Marabá e região, bem como ideias para resolver os problemas.

Antes do término da reunião, o governador afirmou que o Governo do Estado pediu oficialmente a quebra de monopólio da Estrada de Ferro Carajás.