Vale apresenta outros investimentos e vereadores cobram ligação direta entre Salobo e Marabá

por hugokol — publicado 21/08/2014 08h35, última modificação 14/04/2016 09h09
Única ligação por via terrestre atualmente precisa passar pela cidade de Parauapebas

A Vale divulgou, ainda, ter realizado outros investimentos em Marabá entre 2007 e 2010 e citou alguns, dentre eles, a reforma e ampliação de 22 postos de Saúde, por meio de um convênio de R$ 1 milhão, a construção de quatro escolas com ginásio, reforma de seis escolas e ampliação de outra.

projeto salobo

O vereador Alécio questionou, ainda, à empresa, se esses investimentos repassados para Marabá foram compensadores para o município, e os representantes da Vale destacaram que, apenas para a recuperação da Avenida Transmangueira, foram repassados R$ 3,5 milhões antes de 2010. Os vereadores se mostraram incomodados com o fato de a obra ter tido problemas, como a existência de buracos, pouco tempo depois da revitalização. A Vale informou, no entanto, que apenas repassa o recurso e que a execução das obras é por conta da Prefeitura Municipal de Marabá.

Apenas no quarto trimestre de 2013, a Vale diz ter investido R$ 1,6 bilhão no Pará e em todo o ano foram injetados, conforme a empresa, R$ 6,2 bilhões nas minas Salobo, Carajás, em Parauapebas, e Sossego, que está sendo implantada em Canaã dos Carajás.

A Mina do Salobo está instalada dentro da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri (Flonata), onde existem mais de 600 espécies animais, e está em parte no território marabaense e outra em São Félix do Xingu. Apesar de estar em Marabá, é necessário trafegar 189 quilômetros até Parauapebas e, de lá, mais 90 quilômetros para se ter acesso à mina de extração.

O grupo de vereadores que deixou Marabá em direção à mina, por exemplo, levou aproximadamente cinco horas de ônibus para chegar ao destino. A vereadora Vanda Américo cobrou da Vale a abertura de uma via que ligue Marabá diretamente ao Salobo, por meio da zona rural marabaense, passando por localidades como a Vila União, por exemplo. A intenção é conseguir empregar cidadãos marabaenses no processo de extração do minério que está em território municipal.

“Queremos saber se há a possibilidade de se abrir um caminho porque nunca ficou nada desse projeto para as vilas de Marabá, que estão próximas dali. Por falta dessa via, a maioria dos funcionários é de Parauapebas, mesmo o projeto estando em solo marabaense”, observou.

Os colaboradores da Vale informaram que, mesmo que houvesse uma estrada ligando o centro urbano do município ao Salobo, seria impossível um funcionário trabalhar no local e morar em Marabá, ao que a vereadora contestou afirmando que pessoas procurariam morar nas vilas rurais mais próximas, desenvolvendo essas regiões. “Esse acesso é prioritário”, finalizou.

Durante a reunião, a Vale expôs aos vereadores sobre os projetos que desenvolveu junto às Vilas Sansão e Paulo Fonteles, ambas pertencentes ao município de Parauapebas e que se situam próximas da mina. Nelas foram montados os alojamentos para os operários que atuaram na implantação da mina.

Nestes locais, segundo a Vale, foi feito asfaltamento, controle de zoonoses e postos policiais, além de um Programa de Enfrentamento de Combate à Exploração Sexual, que foi premiado e depois utilizado nacionalmente como referência. Os vereadores se mostraram bastantes interessados no programa e o vereador Guido Mutran questionou por que ele não foi levado também para Marabá.

Os representantes da mineradora explicaram que o projeto era apenas para a área de influência do projeto. “A Prefeitura Municipal buscou contato para realizar isso em Marabá?”, questionou o vereador, ao que os colaboradores responderam que o diálogo aconteceu apenas com Parauapebas.

Os vereadores, então questionaram, sobre a viabilidade de aprofundar o projeto e estendê-lo para Marabá. “Fazer isso em Marabá pode ser difícil, mas é isso que nós queremos”, finalizou o vereador coronel Araújo.