Vereadores cobram melhores condições em abrigos públicos

por claudio — publicado 11/03/2014 17h07, última modificação 14/04/2016 09h10
Eles reconhecem que enchente causa problemas ao município, mas exigem mais qualidade

Durante sessão desta terça-feira, 11, boa parte dos vereadores se mostrou preocupada com a situação das centenas de pessoas vítimas da enchente dos rios Tocantins e Itacaiúnas que estão morando em abrigos improvisados em três pontos da cidade. O primeiro a tocar no assunto foi o vereador Pedro Correa (PTB), que considerou a condição dos abrigos como “deprimente”.

Pedro Correa citou os abrigos da entrada da antiga Feirinha da entrada da Marabá Pioneira, o construído ao lado do Ginásio Olímpico na Folha 16 e ainda o existente no Largo da Santa Rosa. “Está faltando organização antecipada. Me sinto envergonhado como político de termos abrigos daquela natureza. Precisamos cobrar do prefeito uma solução para esses abrigos”, destacou.

Na avaliação de Pedro Correa, há poucos banheiros químicos para muitas pessoas e a Defesa Civil Municipal tem de ser acompanhada mais de perto pela Câmara. “A água não vem da noite para o dia, há condições para se planejar e a gente não vê um planejamento antecipado”, critica.

Na visão da vereadora Antônia Carvalho, a Toinha do PT, é preciso que o município construa quadras amplas nas escolas para que funcionem como abrigos na época das enchentes. “Se colocarem banheiros químicos, as famílias não ficam em condições tão precárias”, avaliou.

Todavia, para a vereadora Irismar Araújo, também educadora, o espaço público como escola sofre transtorno muito grande se transformarem quadras como abrigo provisório.  “É preciso achar outra saída do que as escolas como abrigos”, opinou Irismar.

A vereadora Vanda Américo reconhece que o assunto é polêmico e diz que Marabá tinha avançado nesse quesito e lamentou que na última semana a Defesa Civil tentou colocar dentro da quadra da escola José Mendonça Vergolino uma multidão de desabrigados. “Eles acabam usando banheiros, água e isso atrapalha o andamento das escolas”, disse Vanda.

A vereadora Júlia Rosa, que já atuou como secretária municipal de Educação, disse concordar que houve avanço em ceder escolas para abrigo e que essa prática não pode mais ocorrer. “As quadras têm de servir para recreação de alunos e em algumas áreas onde não se consegue reduzir índices de violência contra crianças e adolescentes, precisamos destinar os espaços existentes para o esporte e lazer da comunidade. De forma alguma deveriam serem usadas como abrigo. Precisamos ter estrutura e verba destinada de acordo com a previsão e subida dos rios”, sustentou a presidente da Câmara.

 

Já o vereador Guido Mutran, enfatizou que no Final de semana houve um aumento repentino do nível do rio e a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop) agiu rápido. “Temos   que construir 300 abrigos com antecedência. Todo governo que entrar nessa cidade vai sofrer com esse problema. Os abrigos têm algumas deficiências que precisam ser supridas e nós podemos ajudar”, disse Guido. Lembrando que é preciso não permitir construção de novas casas em áreas alagadiças. “Para resolver o problema, é preciso muitas discussões”, finalizou.

Ilker Moraes proferiu que ninguém pensou em Marabá para uma estrutura definitiva para receber as pessoas flageladas pelas cheias. “É preciso fazer uma estrutura definitiva, que comporte e atenda as necessidades da comunidade”.

 

Alecio Stringari disse que visitou o abrigo de quem está sofrendo com enchente e passou a semana passada na área rural, onde detectou enormes dificuldades e intensidade das chuvas. “Nunca tinha visto tanta chuva num inverno só. Pontes rompidas, atoleiros, mas está escapando graças ao apoio do secretário de obras e parceria com fazendeiros e comerciantes para fazer paliativo na região rural”, colocou o vereador.

O líder do governo na Casa, vereador Pedro Souza, falou que  a situação de emergência foi decretada em Marabá mas falta ser homologada em Brasília. E que após isso, o Corpo de Bombeiros e o Exército Brasileiro (EB) vão apoiar com quatro caminhões e 40 homens do EB e 1caminhão dos Bombeiros para o núcleo Cidade Nova.