Vereadores querem quebra de monopólio da EFC à ANTT

por claudio — publicado 29/03/2013 08h27, última modificação 14/04/2016 09h10
Vanda e Beto Miranda lamentaram, em Brasília, durante reunião com a ANTT, que mineradora dificulte transporte de cargas pela Estrada de Ferro Carajás

Dois vereadores da Câmara Municipal de Marabá (CMM) estiveram nesta terça-feira (26), em Brasília, participando das discussões na sede da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sobre a instalação da Ferrovia Açailândia (MA) até Vila do Conde (PA).

A reunião teve como foco principal o debate sobre as novas concessões ferroviárias que estarão sendo exploradas no Brasil, principalmente com o objetivo de receber contribuições às minutas de Edital de Contrato e aos estudos preliminares para a concessão do trecho ferroviário Açailândia (MA) ao Porto de Vila do Conde (PA).

A comissão da Câmara Municipal de Marabá foi composta pelos vereadores Vanda Américo (PSD) e Beto Miranda (PSDB). Eles solicitaram ao diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, que intervenha na forma como a Estrada de Ferro Carajás, é utilizada. A vereadora Vanda falou em nome do grupo marabaense no evento e lamentou que apenas a mineradora Vale tem o direito de usar o modal para transportar sua produção. “Isso ocorre desde que iniciou o projeto de Carajás, há 30 anos”.

A vereadora pediu ainda para que a Agência Nacional de Transporte Terrestre reveja a concessão dada à mineradora Vale. Ela lembrou que Marabá luta pela Hidrovia Araguaia Tocantins há três décadas, desde que iniciou a Estrada de Ferro Carajás. Argumentou que a ferrovia está sendo duplicada, atualmente, mas a região não tem como escoar a produção. “Apenas a Vale é detentora da ferrovia. Transporta quem quer, quando quer e ao preço que quer”.

Vanda revelou aos membros da Agência que outras mineradoras que atuam no sudeste paraense estão transportando o minério que produzem pelas rodovias, acabando com as estradas e não têm direito de usar a Estrada de Ferro Carajás, que está nas mãos da Vale. “Nos dias de hoje ela não é mais concebível, porque todos buscamos a modernização do sistema viário do País com um logística mais democrática, enquanto o monopólio prevalece em nossa região”.

A vereadora marabaense, bastante aplaudida em seu discurso pelos participantes da reunião, citou a Sinobras, que produz vergalhão e vende para todo o Brasil, mas sofre com problemas de logística porque não há hidrovia e a única ferrovia está sob o poder da Vale. “Isso é inconcebível. Viemos apelar para a agência para que possa rever essa situação para que toda a comunidade possa usufruir das nossas riquezas. “Queremos sim que a Vale seja a maior mineradora do mundo, mas o desenvolvimento tem de chegar para nós. O que viemos buscar aqui foi direitos iguais e participação de todos nesse processo”, argumentou.

O vereador Miguelito está preocupado com a conotação que o governo do Estado vai dar à nova estrada de ferro, achando que esta neutralize a importância da Hidrovia Araguaia Tocantins.  “A hidrovia é o modal mais importante de todos e por ela temos de lutar até o fim. Se conseguirmos os dois, ótimo”, ressaltou o vereador.(Ascom da Câmara Municipal)