Alunos de medicina da UEPA recorrem à Câmara por falta de professores

por André da Silva Figueiredo publicado 21/10/2021 11h30, última modificação 21/10/2021 13h11

Um grupo de alunos do curso de medicina da UEPA veio até o Poder Legislativo de Marabá em busca de ajuda para manutenção das aulas. De acordo com documento entregue por representantes do Centro Acadêmico de Medicina de Marabá, o Plano Pedagógico do Curso (PPC) prevê, para o funcionamento adequado, a necessidade de 101 professores efetivos. Porém, dispõe de um baixo número de profissionais da área, sendo apenas 23% do necessário no quadro, ou seja, 24 professores.
Na nota oficial dos acadêmicos, ainda frisa que existem diversos componentes curriculares em que não há nenhum professor efetivo, provocando instabilidade no funcionamento do curso, pois depende da contratação de professores a cada semestre para amenizar esse déficit e suas consequências.
Procurado pelos alunos e representantes da UEPA, o vereador Miguel Gomes Filho levou o assunto para discussão no Plenário da Câmara, na sessão desta quarta-feira, 20 de outubro. Miguelito informou que, a priori, a reunião com os coordenadores e alunos da UEPA era para que pudesse transformar a Universidade do Estado do Pará em Universidade do Sul e Sudeste do Estado do Pará, aos moldes do que foi feito com a criação da UNIFESSPA, com independência orçamentária.
Mas que, para surpresa dele, recebeu uma turma de medicina e que foi informado que o curso, único gratuito na cidade nessa área, está fechando as portas. “Temos de lutar para não deixar fechar. O Governo tem de ser sensível. Eles fizeram o concurso para preenchimento com 5 vagas de professores e não chamaram, sendo que precisam de 35 professores. Não tem aula, e há aluno que está no 4º ano e estão sem ir um posto de saúde. E o cara já tá se formando. Os alunos estão preocupados de que vão fechar a UEPA. Quando havia um turma, duas, ainda ia quebrando o galho, mas, agora, entram duas turmas novas por ano, mas não adianta fazer se não tem o professor”.
O vereador Ilker Moraes destacou que o curso de medicina da UEPA sempre sofreu problemas, desde sua criação, e agora mais ainda por falta de profissionais. Ele informou que vários médicos que são professores da UEPA, pediram para sair. “Solicitei uma cópia do documento aos alunos. Irei enviar, pessoalmente, no Whatsapp do governador Helder Barbalho e espero que ele não saiba disso. Acredito que temos de cobrar e dar uma resposta à sociedade. Esse curso é, talvez, o que de mais extraordinário aconteceu aqui na área de educação”.
Por fim, o vereador Miguelito pediu apoio aos colegas para que a situação seja resolvida.