Apoio da Prefeitura aos grupos carnavalescos divide opiniões na Câmara Municipal

por claudio — publicado 25/02/2014 16h13, última modificação 14/04/2016 09h04
Líder do governo diz que blocos tradicionais preferem que PMM banque a estrutura para a festa

Até que ponto – e qual o percentual – o poder público municipal pode contribuir para apoiar blocos carnavalescos para irem às ruas nas festas momescas? Essa pergunta dividiu opiniões na Câmara Municipal de Marabá na sessão desta terça-feira, dia 25.

Na visão do vereador Ronaldo Yara, um dos líderes do bloco Vai Quem Quer, na Nova Marabá, o carnaval é uma fonte de renda para o município e a Prefeitura precisa dar suporte para que ele aconteça e atraia turistas.

O vereador Pedro Correa compartilhou do mesmo pensamento do colega Yara e disse que municípios de porte bem menor que Marabá estão atraindo uma grande quantidade de foliões e gastando nessas cidades. “Precisamos fortalecer a Liga Carnavalesca, uma entidade cultural tão importante que já realizou vários carnavais em nossa cidade”.

O vereador Ilker Moraes, que trouxe a luz o debate, disse que muitos blocos não iram às ruas no Carnaval deste ano por falta de recurso. “Tínhamos que minimamente ajudar e contribuir com os blocos de carnaval. A burocracia só não existe nas boates. Para se ter uma ideia, se precisa tirar várias licenças para uma festa carnavalesca, a dificuldade é muito grande. O governo municipal deveria sentar e desburocratizar com essas instituições a liberação”.

Ilker disse que um presidente de bloco procurou a Secretaria de Cultura e não recebeu uma informação clara de como proceder para receber apoio financeiro do poder público para fortalecer seu bloco.

O vereador Ronaldo Yara voltou a discutir o assunto e disse que os blocos devem procurar também uma forma ir às ruas e mostrar que têm força para permanecer no calendário carnavalesco e aí solicitar apoio oficial.

Pedro Souza, líder do governo na Câmara, e um dos comandantes históricos do bloco Gaiola das Loucas, observou que a subvenção dos blocos de carnaval é complexa, e os tradicionais e maiores são contra dar dinheiro para todos que aparecerem. “No entendimento dos blocos maiores, a Prefeitura deve oferecer a estrutura para o espetáculo, e ela vem fazendo isso”, garantiu.

A vereadora Vanda Américo disse que cultura não se faz desse jeito, com pires na mão. Por isso, disse que deixou de fazer carnaval em Marabá. “Saímos do cenário e foi acabando o clima. Vão acabando e morrendo as escolas, os blocos e o povo vai passar o carnaval em outros locais”, lamentou.