Câmara de Marabá lança revista histórica sobre a CPI do Salobo

_Publicação lançada nesta quarta-feira será distribuída nas escolas da cidade e mostra que o subsolo é do povo - e o futuro também_

Na manhã desta quarta-feira (12), durante a sessão ordinária, a Câmara Municipal de Marabá realizou a cerimônia de lançamento da Revista da CPI do Projeto Salobo, publicação idealizada pela Casa e produzida por seu Departamento de Comunicação. O plenário Tiago Koch ficou lotado, com destaque para a presença de estudantes da Escola Geraldo Veloso e de representantes de várias entidades locais, que acompanharam atentamente o momento histórico.

Estiveram presentes à solenidade os vereadores Ilker Moraes (presidente), Marcelo Alves, Pedro Corrêa, Priscila Veloso, Dra. Cristina Mutran, Maiana Stringari, Cabo Rodrigo, Marcos Andrade, Dean Guimarães, Jimmyson Pacheco, Orlando Elias, Márcio do São Félix, Jocenilson Silva, Ronaldo da 33 e Pastor Ronisteu. Como convidados de honra, participaram também os ex-vereadores Eloi Ribeiro e Frank do Jardim União, que integraram a CPI do Salobo à época de sua realização. Também acompanhou a sessão o presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Marabá, Rodrigo Botelho.

Importância pedagógica e social da CPI

O vereador Marcelo Alves destacou o caráter pedagógico da revista e o papel transformador da Comissão Parlamentar de Inquérito. “A CPI do Salobo buscou resgatar a justiça social e investigar a exploração mineral que ocorre há mais de 40 anos em nossa região. Mergulhamos fundo nas investigações, mesmo diante das tentativas de nos vencer pelo cansaço. Constatamos que o tributo do ouro contido no cobre exportado pela Vale não é contabilizado para Marabá, o que representa enorme prejuízo”, afirmou.

Marcelo lembrou ainda que muitas obras de pavimentação atualmente em andamento no município são frutos diretos das conquistas da CPI. “Nossa barragem é dez vezes maior que a de Brumadinho, e o maior legado desse trabalho é o pedagógico. O subsolo do país pertence ao povo brasileiro, e seus recursos precisam servir ao povo”, concluiu.

O atual presidente da Câmara, vereador Ilker Moraes, que presidiu a CPI do Salobo, ressaltou a importância do debate sobre a mineração ser apropriado pela população. “A Vale adota uma estratégia de negociação que tenta cansar a classe política. Muitas instituições têm medo de enfrentá-la, e quando dizíamos que éramos da CPI da Vale, várias portas se fechavam”, recordou.

Ilker destacou a contribuição técnica da Unifesspa, por meio do professor Leonardo, e do consultor Carlos Alberto, especialista em tributação mineral. “O cobre do Salobo é o melhor do mundo devido ao seu alto teor de ouro, mas a empresa não tributa esse valor adicional. Estimamos que Marabá tenha direito a algo entre R$ 400 e R$ 500 milhões em tributos não pagos”, pontuou.

O presidente também lembrou que a CPI resultou em avanços concretos, como o acordo de R$ 115 milhões firmado com a Vale, revertido em obras de pavimentação urbana e rural. “Os asfaltos de concreto que a população vê hoje são resultado direto desse acordo. Conseguimos, inclusive, 10 km de asfalto para a zona rural de Marabá. Essa riqueza é nossa e precisa se transformar em escolas, hospitais, esporte e cultura melhores”, afirmou, destacando que a empresa precisa compensar os impactos causados nas comunidades próximas, como rachaduras em casas e danos ambientais.

Reconhecimento e legado

Durante a solenidade, o aluno Luís Maia, representando a Escola Geraldo Veloso, elogiou o trabalho da Câmara. “A CPI do Salobo é um marco de responsabilidade ambiental e de aplicação correta dos recursos públicos. A revista simboliza um compromisso real com o povo de Marabá. Ela mostra que o trabalho legislativo pode gerar resultados concretos para a cidade e sua população”, declarou.

A Revista da CPI do Projeto Salobo reúne os principais resultados das investigações, análises técnicas e desdobramentos das ações parlamentares que culminaram em conquistas importantes para Marabá. O lançamento reforça o papel pedagógico do Legislativo e o compromisso da Câmara Municipal com a transparência, a justiça social e o desenvolvimento regional.

Ela será levada a outras escolas de Marabá para que os estudantes do Ensino Médio tenham conhecimento das investigações e da importância de valorizar o produto de seu subsolo.