Câmara provoca reunião para discutir extinção da Secretaria de Turismo
Em função do encaminhamento por parte do Executivo, de projeto de Lei que trata da extinção a Secretaria Municipal de Turismo e sua anexação à Sicom (Secretaria Municipal de Mineração, Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia) de Marabá, a Câmara Municipal, juntamente com o Conselho de Turismo e a Prefeitura, mantiveram reunião na tarde da última sexta-feira, 17 de março, discutindo os motivos e avaliando as consequências do fechamento da referida secretaria.
O primeiro a fazer uso da palavra foi o presidente da Câmara, vereador Pedro Correa. Na visão dele, cabe à CMM fazer com que as políticas públicas avancem em Marabá e avaliou que esse projeto traz certa desconfiança e incerteza para o segmento. “A intenção é fazer uma proposta para que o Executivo reveja seu posicionamento”.
Dauro Remor, presidente do Sindhotel, informou que trabalha com turismo há 30 anos e recordou que muitos sindicatos surgiram na gestão do prefeito Geraldo Veloso e que a partir dali o turismo local foi ganhando infraestrutura. Disse que enquanto o poder público investe um real, o privado investe cinco neste segmento. “Se o governo der início, o privado vai atrás”.
Remor sustentou que é necessária a construção de políticas sérias e continuadas no turismo e mostrou-se surpreso com a proposta do prefeito Tião Miranda de extinção da secretaria, o que considera um retrocesso. “Esta ferramenta importante deveria permanecer e precisamos sair daqui com uma proposta, uma alternativa para transformara a luta do turismo em um a luta perene e sustentável”.
Francisco Arnilson, representante do Conselho Municipal de Turismo, disse que é um sonho ver o turismo funcionar os quatro anos de governo. Na visão dele, não existem políticas públicas continuadas para o turismo em Marabá. Pontuou os eventos e potenciais turístico da cidade e pediu que a Prefeitura envolva o setor privado no debate.
Ex-secretária de Turismo e representante do Conselho de Turismo, Jeânia dos Santos Lima apresentou um vídeo sobre o os potenciais de Marabá e os locais a serem explorados pelo turismo, mostrando que a cidade possui vocação natural para ser um polo turístico.
O vereador Nonato Dourado frisou que fez a defesa de que não seja fundida a secretaria de Turismo com a de Indústria e destacou que o Ministério do Turismo tem dinheiro para enviar ao município caso mantenha a secretaria.
O vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, disse que passou 10 anos apresentando um ante-projeto de lei para a criação da Secretaria de Turismo e avaliou que extingui-la seria um retrocesso no segmento. “Havia, no passado, uma rivalidade entre Fecam e Ficam, que impulsionavam o turismo. A secretaria tem de incentivar o empresariado a empreender”, destacou.
Pedro Correa disse que no dia em que o projeto chegou à Casa, ficou muito triste, porque conhece a dedicação que os agentes do segmento fazem para alavancar o turismo. “Temos a responsabilidade de fazer crescer o turismo, e temos de contribuir sobremaneira com isso”.
Ele lembrou sobre o seminário que a Câmara promoveu no ano passado para discutir os dilemas do setor e lembrou que Marabá já teve até escola de samba e caixa eletrônico na praia para atrair os turistas.
Walmor Costa, chefe de Gabinete do prefeito Tião Miranda, garantiu que o gestor quer é melhorar o turismo e que o divisor de águas para o turismo em Marabá será o Centro de Convenções. “Estamos passando por um período terrível, as coisas vão melhorar. As ações do governo são pensadas de forma macro”.
O vice-prefeito Toni Cunha disse ser um amante do debate e sustentou que o prefeito Tião Miranda poderia ter feito essa fusão via decreto. Observou que a redação do projeto não foi correta, contendo a palavra extinção. Argumentou que o custeio da máquina pública e da folha sufoca o governo, que “em nenhuma hipótese ou momento pensou em extinguir a secretaria. O que se debateu foi a necessidade de realizar algumas fusões, para recuperarmos a capacidade de investimento e pagamentos da prefeitura”.
Como encaminhamento, ficou definido que a Câmara vai sugerir ao governo para que peça devolução do projeto de lei para que seja reformulado, retirando-se a palavra “extinção” e colocando em seu lugar “fusão”.