Câmara vai realizar audiência pública para discutir poluição no Rio Itacaiúnas
De posse de um exemplar do CORREIO, a vereador Vanda Américo solicitou durante a sessão ordinária desta terça-feira, 13, que o Legislativo Municipal realize uma audiência pública com representantes da Promotoria de Meio Ambiente, das secretarias de Meio Ambiente do Estado e Município e do Ibama, para discutir os efluentes que estão sendo lançados no Rio Itacaiúnas pelas emprseas do grupo JBS em Marabá.
Alarmada com o problema, Vanda lembrou que foi a caiaqueira Vivian Barros a primeira a discutir o assunto ao postar fotos em uma rede social na última semana. Depois de as denúncias ganharem as páginas do Jornal, a empresa tentou tapar o sol com uma peneira ao colocar canos que escondem o lançamento dos efluentes diretamente no rio. “Como podemos assistir à matança de um rio tão importante quanto o Itacaiúnas sem nos posicionar de forma incisiva?”, questionou a vereadora.
Ela também alertou os demais colegas que o frigorífico e o curtume estão acabando com a vegetação de uma lagoa entre o rio e as empresas do grupo JBS. “Como nunca os fiscais da Semma se depararam com essa lagoa? Tenho certeza que esse Poder não vai se furtar de cumprir seu papel e abrir a discussão sobre um tema tão relevante e urgente”, disse Vanda, ao lembrar que no passado, há mais de dez anos, o vereador Miguelito já fazia denúncia sobre mortandade de peixes próximo ao local onde são lançados os efluentes do frigorífico.
O vereador Guido Mutran lembrou que ao lançar rejeitos sem o devido tratamento no Rio Itacaiúnas, a JBS está poluindo também o Rio Tocantins. “As autoridades estão tendo acesso ao Jornal. Devem estar tomando providências e devemos sim, Vanda, fazer um grande encontro com os agentes fiscalizadores. “Estão prejudicando toda a população de Marabá e Enquanto uma minoria está sendo beneficiada com emprego, a maioria está sempre prejudicada com um rio que está morrendo”, disse Mutran.
O vereador Alécio Stringari pediu que a Semma apresente as sanções que já aplicou à JBS nos últimos anos e disse que, se já houve multa, que a Secretaria de Meio Ambiente mostre, para que a população saiba se já foi paga e qual outra medida cabe agora. “Tem de ser tomada a providência. Isso é um crime ambiental e contra a população de Marabá. Saber por que um frigorífico desse porte lança seus rejeitos no rio de forma escondida nos causa preocupação”, desabafou Stringari.
Por sua vez, o vereador Ilker Moraes questiona como foi concedido o licenciamento ambiental e disse que ele precisa ser revisto urgentemente pela Semas (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade).