Cirurgias eletivas podem ser “Plano B” para a UPA
Embora ainda muito estarrecidos com a aprovação de devolução dos recursos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Marabá para o governo federal, os vereadores já sinalizam discutir com o Executivo as condições de transformar o prédio em um Centro de cirurgias eletivas, o que poderia desafogar a imensa fila com mais de oito mil pacientes à espera para laqueaduras, retirada de útero e de oftalmologia, por exemplo.
O secretário de Saúde, Marcone Leite, já havia anunciado que tinha intenção de implantar no local um centro para tratamento básico das neoplasias (câncer), mas a situação ainda não está totalmente definida.
Segundo a vereadora Irismar Melo, o prefeito Tião Miranda e sua gestão, desde o início, deixaram claro que não tinham interesse em fazer com que a Unidade de Pronto Atendimento entrasse em funcionamento, mesmo com seu prédio finalizado. Na sessão desta terça-feira, 1º de agosto, na Câmara Municipal, a vereadora Cristina Mutran apresentou a proposta de que, caso a UPA realmente não se comprove viável, o prédio comporte um Centro de Cirurgias Eletivas, desafogando o HMM e fazendo do hospital uma grande UPA para o município. “A ideia da parlamentar, apesar de não ser o plano A, se demonstra um excelente plano B para o caso da inviabilidade da Unidade de Pronto Atendimento”, avalia Irismar Melo sobre a proposta da colega.
Ela diz que vai continuar defendendo a implantação da UPA com os recursos disponibilizados pelo Governo Federal e com um pouco de esforço por parte do Executivo Municipal, também substanciados por recursos estaduais. “Mas, se comprovada por meio de números a inviabilidade da mesma, que o prédio não se perca e muito menos a saúde continue sendo sucateada, por que isso nem a UPA, nem qualquer outro equipamento público poderá resolver, senão a vontade dos gestores municipais de fazer o que é correto para o cidadão de Marabá”, alega.
Na sessão de ontem, Cristina Mutran lamentou que o Conselho Municipal de Saúde tenha aprovado a devolução dos recursos da Upa com tanta celeridade. “Queremos saber por A mais B por que deram a anuência para a devolução dos recursos. Na opinião da vereadora ter um hospital para realizar as cirurgias eletivas seria a melhor solução para a população Marabá de, e o HMM realizaria apenas as cirurgias de urgência e emergência.
Ilker Moraes disse que é preciso apresentar estudo de viabilidade da UPA e do hospital de cirurgias eletivas. “A Câmara em nenhum momento foi ouvida pela devolução do dinheiro, mesmo que não faça parte do regimento do Conselho de Saúde, este Poder, como representação da população, deveria ter sido consultado e entrado no debate, porque é de interesse da população de Marabá”, argumentou.
Para o vereador Ray Athie a proposta da vereadora Cristina Mutran é a mais viável, visto que o prefeito por diversas vezes já se posicionou sobre a inviabilidade econômica de Marabá para tocar a UPA nesse momento.