Coletivo “Consciência Negra em Movimento” pede apoio na tribuna da Câmara
No mês da Consciência Negra, a Câmara de Marabá abriu espaço para Erick de Belém Oliveira, ativista co-fundador do Coletivo Consciência Negra em Movimento. Ele usou a tribuna da Câmara na sessão desta terça-feira, dia 29 de novembro.
“Faço parte do Coletivo Consciência Negra, que atua em Marabá há mais de 20 anos. Com essa nomenclatura, possuímos 12 anos de atividades. A gente se propõe justamente a combater o racismo”.
Após apresentar a entidade, Erick leu um manifesto sobre o racismo e a luta para se opor a esse tipo de ação. “Nós, população negra organizada, mulheres, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, especialmente os que professam religiões de matriz africana, LGBTQIA+ e outros, viemos a público exigir erradicação do racismo e denunciar a sistemática prática genocida contra o nosso povo”.
Erick ainda disse que é preciso denunciar que é no Brasil que se produz a forma mais perversa de racismo. “O Brasil possuiu uma história sistemática, organizada e permanente de violência contra a população negra, com uma dívida histórica com esse segmento da sociedade. Portanto, qualquer projeto de país, de democracia, só é possível quando assumimos um firme e real compromisso com o enfrentamento do racismo”.
De posse de dado, o ativista ainda disse ser inadmissível que a pobreza e o desemprego em 2021 fossem quase o dobro para pretos e pardos no Brasil do que para brancos, segundo o IBGE. “É inaceitável que entre as pessoas com ensino superior, os brancos recebam 50% a mais que pretos e pardos e estão somente em 29,5% dos cargos gerenciais e somente 14,6% nos cargos de salários mais altos”.
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Concebido em 1971, foi formalizado nacionalmente em 2003. A ideia de celebrar o dia 20 de novembro surgiu na década de 1970, no âmbito das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O Dia da Consciência Negra, assim como todo o mês de novembro, marca a importância das discussões e ações para combater o racismo e a desigualdade social no país. Fala também sobre avanços na luta do povo negro e sobre a celebração da cultura afro-brasileira.