Comissão de Desenvolvimento discute criação da UESPA em Marabá

por André da Silva Figueiredo publicado 17/03/2022 12h26, última modificação 17/03/2022 12h26

A primeira reunião da Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá foi realizada na tarde desta quarta-feira, 16, com a participação de professores do Campus VIII da Universidade Estadual do Pará (UEPA). O objetivo dos educadores é a apresentação da criação da UESPA (Universidade Estadual do Sul do Pará).
A reunião contou com a participação do presidente da Comissão de Desenvolvimento, Miguel Gomes Filho, o Miguelito; o presidente da Câmara Municipal, Pedro Corrêa Lima; dos membros Vanda Américo, Márcio do São Félix e Ítalo Ipojucan Costa.
Pela Uepa, participaram os professores Javan Pereira Mota, coordenador do Campus; Airton Pereira; Danielle da Costa; e Mirian Rosa Pereira.
O professor Javan Mota disse há um interesse antigo de tornar o Campus da UEPA, em Marabá, uma unidade autônoma para ter condições administrativas, financeiras, para oferecer ensino superior com mais qualidade e que os novos cursos que devem ser implantados na região sejam decididos aqui, não em Belém.
Ele explicou que no final do ano passado foi criada uma comissão dentro do Campus VIII para discutir o projeto de criação de uma nova universidade estadual, que seria chamada de UESPA (Universidade Estadual do Sul e Sudeste do Pará). “Antes, a gente pensava em expansão, mas atualmente olhamos para o ensino que o Estado oferece nesta região de forma macro, e queremos o apoio político de vocês, vereadores e empresários”, sustentou.
O professor Airton Pereira ressaltou aos membros da Comissão de Desenvolvimento que a criação de uma nova universidade estadual no sul e sudeste do Pará ajudará a alargar o campo teórico científico, mas principalmente a profissionalização de jovens, com implantação de novos cursos.
“Teremos mais docentes, ofertando mais vagas para alunos, ajudando no desenvolvimento regional. Com isso, vamos presenciar mais dinheiro circulando na cidade, melhorando a distribuição de renda. A UESPA ofereceria programas de pós-graduação, com mestrado e até doutorado”.
A professora Danielle da Costa, que assumirá o cargo de coordenadora do Campus de Marabá a partir de abril, lembrou que a Uepa vai completar 30 anos em Marabá, com vários avanços, mas considera que muito mais pode ser feito daqui para frente com uma universidade independente. Temos mais potencial para crescimento em várias áreas. “A criação da UESPA é uma necessidade pelo momento de nossa região. É preciso investir mais em qualidade na educação para o interior. Há uma quantidade muito grande de pessoas que terminam o ensino médio, mas não consegue entrar na universidade”, lamentou.
Danielle salientou que esta demanda é pra ontem. Urge. Lembrou que a UEPA é referência em formação médica e que para Marabá vem gente de várias cidades para cursar medicina. “Queremos a ajuda de vocês para fortalecer o ensino superior oferecido pelo Estado em Marabá. Muitas pessoas de Belém não entendem nossa realidade. Quem sabe das necessidades que temos somos nós”.
A professora Mirian Rosa Pereira agradeceu o apoio que a Câmara de Marabá sempre deu ao Campus local da Uepa e fez apresentação dos números atuais da instituição de ensino, que conta com 11 cursos e atende manhã, tarde e noite. “Não temos mais salas de aula, nem projeto para novas construções. Precisamos de novos técnicos e professores. Não queremos apenas expansão do Campus VIII, mas a criação de uma instituição de referência, que possa andar com as próprias pernas”.
Mirian revelou que o Campus local não dispõe de orçamento fixo, mas apenas um fundo com apenas R$ 4.000,00, que não consegue atender as demandas da grande estrutura atual. “Já apresentamos esse projeto de criação da UESPA para o reitor da UEPA. Não estamos fazendo nada escondido”, disse.
O vereador Márcio do São Félix elogiou os professores e a proposta de criação de uma nova universidade estadual. “Seria cômodo para vocês apenas o concurso, dando aulas, mas estão buscando mais. Esse movimento é excelente e a comissão de profissionais da UEPA está fazendo história. Vocês estão plantando uma semente necessária, que deve germinar, seja em um ano ou uma década. O movimento político nós precisamos fazer ao lado de vocês”.
Vanda Américo, vereadora licenciada e presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, disse que criação da UESPA é extremamente necessária para dar autonomia para a instituição estadual crescer. “De todas as lutas pela educação em Marabá, eu e Miguelito estivemos juntos, tanto para a UFPA, Unifesspa e UEPA”.
Ela sugeriu apresentar o projeto da nova universidade para prefeitos da região para fortalecerem a luta e também ao governador Helder Barbalho. “Tenho certeza que a Câmara de Marabá e a Prefeitura Municipal vão se engajar nessa luta. Sabemos que esse momento é propício para uma audiência com o governador Helder Barbalho”.
Italo Ipojucan elogiou o posicionamento de Vanda Américo e confirmou que está intrínseco ao DNA dos líderes marabaenses a luta pelas demandas da região. Disse que é vergonhoso a gestão da UEPA local contar com apenas R$ 4.000,00 para administrar um Campus desse tamanho em um mês. “Também lamento que não tenhamos uma linha de cursos voltados para transformação da mineração, que é nossa principal vocação”.
Ipojucan defendeu a ideia de que Marabá precisa ter um parque de ciência e tecnologia para avançar na área de formação técnica profissional das empresas. “O tema de vocês é fantástico e vamos apoiar. É importante que a estrutura da Comissão de Desenvolvimento e a Associação Comercial encontrem na academia parceiros para o desenvolvimento”.
O presidente Pedrinho Corrêa parabenizou pela criação da Comissão de professores para defender a criação da UESPA e garantiu que esta será uma das pautas que a Comissão vai levar em audiência com o governo do Estado. “Sei que não é fácil para vocês cobrarem iniciativas do governo do Estado. Vocês precisam ter coragem para estar nessa comissão. Não tenho dúvidas que a UESPA vai ofertar novos cursos importantes para Marabá e região, tanto na graduação quanto na pós. Quero estar junto nessa luta em prol de Marabá”.
O presidente da Comissão de Desenvolvimento, Miguelito, disse que sempre percebeu certo ciúme nas ações entre a Câmara e ACIM, mas que as duas instituições sempre andaram juntas nos interesses de Marabá. “Vamos buscar apresentar quatro demandas de Marabá e região para o governador Helder Barbalho e esta, certamente, será uma delas”.