Comissão de Desenvolvimento recebe a Vale para falar de ponte e Tecnored

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 09/03/2024 15h00, última modificação 09/03/2024 15h00

 

Na tarde de quinta-feira, dia 7 de março, a Comissão Especial de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá recebeu representantes da mineradora Vale para discutir sobre o andamento das obras do projeto Tecnored e, ainda, da construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins, que estão em andamento no município.

Pela Vale, participaram Luiz Veloso, gerente de relacionamento institucional no Pará; Luís Veloso, gerente de Relações Institucionais no Pará; Eloiso de Barros Araújo, diretor de Territórios Norte; Saulo Lobo, coordenador de relacionamento institucional em Marabá; Vitor Rodrigues, coordenador administrativo financeiro; Alisson Bertuol, gestor de contratos; Ezequiel Silva, Edivaldo Braga, gerente de territórios; Joana D'arc Carozo, relacionamento com comunidades; Uziel Junior, gerente de planejamento; e Gabriel Afonso, compliance do Tecnored.

Pela Comissão, participaram o presidente Miguel Gomes Filho, o Miguelito; vereadores Alecio Stringari, Márcio do São Félix, Vanda Américo, Pedro Corrêa, Cabo Rodrigo, o secretário de Obras, Fábio Moreira, o secretário de Indústria, Comércio, Mineração e Turismo, Caetano Reis, e o vice-prefeito Luciano Dias.

Os representantes da Vale informaram que, em relação à ponte, 31% das obras já foram executadas, e que tanto a mineradora quanto o Consórcio Ponte Rio Tocantins, que executa os trabalhos, estão sensibilizados para manter o máximo possível de trabalhadores locais, assim como aumentar o número de fornecedores do comércio de Marabá. 

Atualmente, segundo a empresa, há 335 fornecedores homologados no site do consórcio e que já foram adquiridos mais de R$ 124 milhões de serviços e materiais apenas em Marabá, sendo que R$ 117 milhões são de empresas genuinamente locais.

Por outro lado, a massa salarial dos anos de 2023/2024 é de R$ 35.406.393,00.

Em relação ao projeto, informaram que, atualmente, estão focando nas obras civis por causa das chuvas, e as de terraplanagem diminuíram. Também iniciaram as atividades embarcadas, colocando estacas no leito do rio e que o pátio de pré-moldados está produzindo em ritmo acelerado.

Sobre o Tecnored, Ezequiel Silva, da coordenação da implantação do projeto, repassou informações técnicas, lembrando que projeto veio para Marabá em 2019, com proposta de produzir gusa sem grandes impactos ambientais. Para isso, a empresa firmou parceria com o Senai, disponibilizando 455 vagas em vários cursos, como metalurgia, mecânica e química, sendo que 50% delas voltadas para o público feminino. 

Ao longo da obra já foram contratados 301 colaboradores locais, além da Vale ter colocado em prática várias compensações socioambientais, como apoio à comunidade da Vila Café, reforma e construção de escolas. 

Após a exposição dos dois projetos, os vereadores e demais membros da Comissão de Desenvolvimento apresentaram várias perguntas aos executivos da Vale.

Márcio do São Félix questionou sobre os acessos da ponte do São Félix, alertando que, embora a mobilidade vá melhorar em relação à travessia do rio pelas novas pontes que estão em construção, os gargalos vão permanecer os mesmos na entrada e saída delas. “Ainda dá tempo para se discutir a remodelagem do projeto para que veículos saiam da nova ponte sem congestionar o fluxo da rodovia. Do lado do São Félix, a quantidade de vias é reduzida e é preciso um projeto que descongestione o trânsito”, ressaltou.

O mesmo argumento foi apresentado pelo secretário municipal de Obras, Fábio Moreira, alertando que dos dois lados – Nova Marabá e São Félix - haverá dificuldades com o trânsito a partir das novas pontes. Ele apresentou como uma das propostas a melhoria de pistas já existentes, tanto em um núcleo como outro. “O trânsito não anda no São Félix. A nova ponte não vai resolver o problema rodoviário. Não podemos esperar pela solução apontado pelo Dnit, que vai demorar muito para ser colocada em prática”, disse o secretário.

O vice-prefeito Luciano Dias ponderou que, quanto à mobilidade urbana em relação à ponte, é preciso o falar de mobilidade mais ampla na cidade, com alternativas dentro da malha viária interna. Ele lamenta que projeto atual, da Vale, não ofereça alternativa alguma para escoação do fluxo de veículo antes desses entrarem e saírem da ponte. “Do lado do Nossa Senhora Aparecida há falta de ligação com a Avenida das Torres. É preciso dar fluidez ao trânsito, porque esse projeto tira a possibilidade de ligar as vias. É preciso definir quais são as alternativas e quem vai executá-las. É verdade que esse projeto foi discutido e aprovado no Plano Diretor Municipal, mas mesmo assim uma mudança é possível, porque há zero de alternativa. Por enquanto, precisamos definir o que fazer, e não quem executará essa obra, que ficará para um segundo momento”, assinalou.

A vereadora licenciada e atual presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo, reclamou da mudança constante de executivos da Vale, e sentiu falta de Luiz Ricardo Santiago, que saiu da empresa. “Houve quebra de relacionamento entre a Comissão de Desenvolvimento e a Vale, por meio do Santiago, executivo da empresa a nível nacional que mantinha um bom diálogo conosco. Para mim, houve retrocesso nas discussões. Precisamos marcar audiência com Dnit, Prefeitura e governo do Estado para discutir a mobilidade na BR-155”, sugeriu Vanda.

Ela também cobrou da Vale mitigação dos impactos causados no núcleo São Félix, com necessidade de pavimentação em duas vias no chamado Novo São Félix. Os executivos da mineradora se comprometeram a analisar a sugestão.

Eloiso Araújo reconheceu a importância do diálogo entre a Vale e a Comissão de Desenvolvimento e garantiu que os temas serão encaminhados na empresa. Em relação aos estudos de mobilidade, disse que a Vale cumpriu condicionantes. Disse que vai aguardar que a Comissão repasse mais informações sobre as necessidades relacionadas à mobilidade e, por fim, anunciou que a Vale reabriu escritório no Amazon Center para atender a comunidade, não apenas através de projetos, mas também institucionalmente.