Comissão de Desenvolvimento recebe consórcio da Ponte do Rio Tocantins

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 28/06/2023 12h02, última modificação 28/06/2023 12h02

A Comissão de Desenvolvimento da Câmara Municipal de Marabá teve mais uma reunião com membros do Consórcio Ponte Rio Tocantins (CPRT), responsável pela construção da segunda ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá, além de representantes da Vale. A reunião ocorreu na tarde desta terça-feira, 28, na Sala de Comissões do Poder Legislativo.

Os vereadores presentes à reunião foram Miguel Gomes Filho, o Miguelito, Pedro Corrêa, Coronel Araújo, Vanda Américo, Márcio do São Félix, Miguelito, Alecio Stringari e Dato do Ônibus. Também estiveram presentes o presidente da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá), o secretário municipal de Mineração, Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, Caetano Reis Neto, o secretário de Obras, Fábio Moreira, e o empresário Ítalo Ipojucan, debatedor.

O presidente da Comissão de Desenvolvimento, Miguel Gomes Filho, destacou que esse é o momento de avançar e verificar sobre o andamento da obra, bem como a utilização da mão de obra marabaense.

Coube a Eduardo Meira, líder do consórcio, atualizar as informações sobre os serviços. Ele falou dos investimentos locais e do compromisso que firmou com a mineradora Vale para utilização de fornecimento do comércio da cidade e trabalhadores local. “As empresas do consórcio têm como premissa a responsabilidade social”, disse o representante do consórcio.

Eduardo salientou que 130 empresas foram homologadas dentro do sistema para fornecimento de produtos e serviços. “Visualizamos 42 oportunidades para empresas locais. Até o final de maio já demandamos para 35 delas. Sobre a mão de obra local, sentimos cobrança e temos como regra manter pelo menos 80% do pessoal daqui da cidade. Atualmente temos 457 contratados, dos quais 377 são de Marabá”, revelou. 

Eduardo ainda expôs que até o dia 16 de junho já foram contratados em valores de fornecedores de Marabá R$ 3.144.810,00. “A grande massa é de funcionários para realizar a obra. A gente dá prioridade que reside na área diretamente afetada. Grande parte é de São Félix, Morada Nova e Nova Marabá. Temos aberto no Sine mais 262 postos de trabalho que estão à disposição. Já abrimos para fazer coleta de currículos”, expôs.

Sobre o cronograma de execução, Meira frisou ser esta uma obra longa, e que no próximo ano é que se espera o pico com cerca de 1.500 contratações de trabalhadores. “Esse ano serão em torno de 700 pessoas”, antecipou.

O total de investimento da obra é de R$ 4,1 bilhões e a parte do Consórcio é de R$ 1,6 bilhão.

Um dos pontos mais questionados pelos vereadores foi sobre os acessos à ponte. De acordo com os parlamentares, é necessário que se pense no trânsito e na mobilidade urbana, em um novo sistema viário.

O presidente do Poder Legislativo, Alecio Stringari, destacou a importância do projeto para a cidade. “A preocupação da Casa é com a mão de obra local e também com valorização dos fornecedores de nossa cidade. Gostaria de saber como é feita a concorrência de compra de material, se é aberta para o cenário regional ou se é focada nas empresas cadastradas para a obra?”

A vereadora licenciada e presidente da Fundação Casa da Cultura, Vanda Américo, também foi enfática e dura ao cobrar emprego para cidadãos marabaenses. De acordo com ela, a mão de obra qualificada também deve ser aproveitada e não apenas trabalhadores braçais. “Enquanto não compreendermos e começarmos a discutir esta questão, não haverá mudança. O consórcio precisa absorver a mão de obra qualificada também, não apenas trabalhadores braçais. Vamos continuar agradecendo apenas o trabalho braçal? O pessoal faz graduação, mestrado, especialização e essa oportunidade nunca chega. Vamos intimar a Vale para vermos essa questão do preconceito. Entre os profissionais daqui e de fora eles dão preferência aos de fora. É uma falta de respeito total, não dá mais para tolerar isso no contexto atual”, ponderou a vereadora licenciada. 

Miguelito fez coro à reclamação de Vanda Américo. “Quando a gente qualifica vocês não contratam. A Vanda reclama porque esta é a nossa revolta de muitos anos”, disse, citando quantos alunos de cursos de engenharia que não são contratados pela Vale.

O representante do consórcio respondeu aos questionamentos dos vereadores e disse que a concorrência é padrão de mercado, dentro da responsabilidade social da empresa. “Existem concorrências mais localizadas e outras que são abertas para o Brasil inteiro. Temos cerca de 80% da mão de obra direta local. Nossa mão de obra passa pelo Sine”.

Sobre o ISS, Eduardo Meira disse que a previsão é de que haja arrecadação municipal da ordem de R$ 75 milhões em quatro anos de obras.

Por sua vez, o secretário de Obras, Fábio Moreira, disse que, em relação ao trânsito de veículos, é preocupante o projeto de acesso à nova ponte dos dois lados – Nova Marabá e São Félix. Para ele, o primeiro ponto em discussão é se a Vale vai entregar uma ponte ou um sistema viário de trânsito novo. Para o titular da Sevop, é necessário definir de quem é a obrigação do sistema viário. “O gargalo não é a ponte, mas sim o trânsito”, advertiu.