Comissão de vereadores vista às instalações do Hospital Santa Terezinha
Devido ao grande passivo que se construiu ao longo dos anos com a defasagem de leitos hospitalares para o atendimento da população marabaense, uma comitiva de vereadores da Câmara Municipal de Marabá esteve, juntamente com o secretário de Saúde e Vigilância Sanitária, naquela casa de saúde para verificar se as acomodações e as correções que o grupo que administra o hospital vem fazendo para viabilizar a pactuação com o sistema de saúde público estão, realmente, sendo feitas.
De acordo com o que foi exposto pela Divisa (Divisão de Vigilância Sanitária), responsável pelo laudo técnico que deu parecer contrário, reprovando o estabelecimento , o ponto crítico que impede a liberação é o centro cirúrgico, que não atende às normas estabelecidas por lei.
Um dos pontos que mais chamaram a atenção e causaram discordância para os presentes à visitação, foi o espaço físico do centro cirúrgico, que de acordo com a Divisa, deveria ter o mínimo de 36 metros quadrados. Segundo os representantes do Santa Terezinha, nenhum, ou quase nenhum dos hospitais atende a essas exigências que estão sendo impostas ao hospital.
Na avaliação do médico Yvo Panovich, um dos proprietários do local, deve-se ter bom senso e analisar os casos de forma igual. “Atendemos praticamente todas as exigências para funcionarmos”, disse o médico, ressaltando que o preço para o atendimento em seu estabelecimento será tabelado pela SUS.
O secretário de Saúde, Nagib Mutran Neto, que também é médico, ressaltou que é de interesse do município firmar essa parceria com o hospital, o que ajudaria e muito a desafogar a grande demanda do Hospital Municipal de Marabá (HMM), incorporando mais 36 leitos para o sistema de saúde do município e atendendo as cirurgias de baixa e média complexidade. “Seria um grande avanço termos essa liberação, e iremos, junto com o prefeito, Câmara e demais órgãos, buscar uma solução o mais breve possível”, finalizou o secretário.
Para a vereadora Vanda Américo, que faz parte da Comissão de saúde da Câmara Municipal de Marabá, o bom senso deve imperar. “Não podemos deixar de perceber as limitações no atendimento à saúde em Marabá”. Vanda disse ainda que é necessário um esforço conjunto, e que os lados envolvidos devem chegar a um denominador comum. “As adequações devem ser feitas, mas temos que entender que é preciso aumentar a quantidade de leitos e locais para o atendimento de pacientes”, complementando que o espaço, pode servir, pelo menos em um primeiro momento, como ambulatório para os casos de intervenções de baixo risco.
Júlia Rosa, presidente da Câmara, lembrou a todos os presentes que a intenção da casa é no sentido de intermediar uma solução pacifica e eficaz, com o foco principal na sociedade “ Hoje, temos 3.000 cirurgias eletivas na lista de espera e na emergência no HMM, por ter apenas uma hospital público, com uma demanda fora do comum e poucos leitos, essas pessoas sofrem a espera, temos que vencer esse grande impasse, precisamos garantir que o hospital Santa Terezinha volte a atender, e a reforma do HMM fique completa, com isso, daremos um grande passe no que diz respeito a saúde do município. Nossa prioridade é resolver a situação”, proferiu a presidente.
Para a comissão, é importante que as cirurgias voltem a funcionar e ainda utilizar os leitos como hotelaria em cirurgias de pequeno e médio porte que sejam realizadas no HMM, até que a gerência do hospital se adeque às normas impostas pela Vigilância Sanitária, principalmente no que diz respeito ao centro cirúrgico.
Os vereadores ainda expuseram que será marcada uma nova reunião, agora, com a presença do Ministério Público para ser firmado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), a fim de que se resolva a situação o mais rápido possível.
Participaram da vista representando a Câmara, os vereadores Pedro Correa, Guido Mutran, Pastor Eloi, Vanda Américo, Júlia Rosa, Pedro Souza, Ubirajará Sompré, Beto Miranda; a reunião contou ainda com representantes da Secretária de Saúde, do Hospital Santa Terezinha e da Vigilância Sanitária.