Cosanpa esclarece aos vereadores sobre racionamento de água
Por mais de duas horas, o presidente e diretores da Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará) apresentaram para os vereadores o cenário da falta de água em Marabá, o período de racionamento e ainda em relação ao sistema de esgotamento sanitário, que não funciona ainda, embora esteja com praticamente 100% da estrutura instalada.
Participaram da reunião os vereadores Pedro Corrêa, presidente, Irismar Melo, Gilson Dias, Priscila Veloso, Ilker Moraes, Cristina Mutran, Mariozan Quintão, Tiago Koch, além do secretário municipal de Urbanismo, Múcio Andalécio, e dos representantes do Sindicato dos Urbanitários, Otávio Barbosa e Manoel Rodrigues. Pela Cosanpa estiveram presentes o presidente Cláudio Conde; o diretor técnico Fernando Martins; e o diretor Operações Antônio Crisostómo, além do gerente regional Paulo Barbosa.
Cláudio Conde apresentou a proposta emergencial da Cosanpa, com a construção de uma tubulação com bomba anfíbia, com previsão de instalação em até duas semanas. O custo para a instalação do sistema emergencial deve girar em torno de R$ 1 milhão, com aquisição de cabos elétricos, novo transformador de energia trifásico de 300kVA, conexões de ferro fundido tubo em PEAD, aluguel de balsa, caminhão munk, escavadeira hidráulica e máquina de solda em termofusão.
Questionados pela vereadora Irismar Melo sobre o custo para a solução definitiva, o presidente revelou que devem ser gastos cerca de R$ 10 milhões em uma obra que tem previsão para ficar pronta em um ano. Ou seja, só no próximo verão, durante a seca. Para isso, vai precisar mandar construir uma balsa para abrigar quatro grandes bombas de captação de água para enviar direto para a estação de tratamento, sem passar pelo famigerado poço. Ele só não disse se esses recursos estão garantidos para a execução da obra dentro do prazo previsto.
A diretoria da Cosanpa voltou a falar sobre o baixo nível do Rio Tocantins que, aliás, alertando que o fenômeno está ocorrendo em várias cidades acima de Marabá, como Imperatriz, por exemplo.
Cláudio Conde mostrou os investimentos que foram feitos pela Cosanpa em Marabá no sistema de água e no de esgoto, que totalizam cerca de R$ 300 milhões e garantiu que o de Marabá é o mais moderno em comparação aos de outros municípios do Estado.
Mas o grande dilema, segundo o diretor Fernando Martins, é que a água chega ao poço sem bombeamento, apenas por gravidade. Com isso, caso o nível do rio baixe mais um metro, o poço vai secar e novo racionamento pode acontecer, mesmo com a instalação das bombas de sucção do plano emergencial.
Na ponta do lápis, segundo Fernando mostrou, as bombas da Estação de Captação da Nova Marabá têm capacidade para oferecer cerca de 3.000 metros cúbicos de água por hora. Todavia, estavam captando 1.800 metros cúbicos antes do racionamento, o que dava para abastecer os núcleos Nova Marabá e Cidade Nova, normalmente. Com o racionamento, o volume caiu para 1.000 metros cúbicos e por isso a Cosanpa precisou fazer o rodízio de água entre os dois núcleos. Com uma operação intermediária, voltaram a bombear 1.400, e a intenção é voltar ao volume de 1.800 daqui a 15 dias.
Cláudio Conde contemporizou sobre outras bacias hidrográficas do País que passam por problema de baixo nível de água, mostrando que a Bacia do Rio Tocantins é a mais antropizada (73%) em comparação com a do São Francisco (54%), Paraná (50%) e Parnaíba (27,2%). Isso significa que a água do rio está passando por grande interferência do homem, com retirada de água para irrigação de plantações, indústria, entre outros.
Ele tentou amenizar a responsabilidade da Cosanpa por não se antecipar ao período de seca, mostrando a série histórica de secas desde 1971 até 2016. Otávio Barbosa de Sousa disse que acompanhou todo o processo de revitalização da estrutura da Cosanpa em Marabá, com ampliação da estação de captação de água e do sistema de distribuição. Todavia, sempre questionou a falta de obras para ampliação do poço e a autoridades esqueceram desse fato.
Os vereadores fizeram várias perguntas à diretoria da Cosanpa, tanto em relação ao sistema de abastecimento de água quanto o de esgoto, questionando prazos e pedindo celeridade para conclusão das obras para não penalizar ainda mais a população.