Cosanpa vai prestar esclarecimentos à Câmara sobre racionamento polêmico
Na próxima terça-feira, dia 12, às 17 horas, o gerente regional da Cosanpa, Paulo Barbosa, e o presidente da companhia, Abraão Benassuly, para explicar tecnicamente os motivos de racionamento de água na cidade e cobrar solução urgente para a normalização do fornecimento, já que a Cosanpa faz prestação do serviço à comunidade por meio de concessão, que está vencida.
A informação foi repassada aos demais colegas pelo vereador Pedro Corrêa, presidente da Casa, que ao fazer uso da tribuna nesta quarta-feira, 6, reconheceu que o dilema da falta de água está afetando milhares de marabaenses e incentivando que as pessoas cavem poços em seus quintais, o que pode gerar problemas de natureza ambiental.
Na agenda, segundo Pedrinho, além da problemática do racionamento de água, serão discutidos com o presidente outros temas, ampliação da rede de abastecimento, do sistema de esgotamento sanitário e a abertura de valas em muitas ruas, as quais não foram fechadas adequadamente. “Vamos convidar o Sindicato dos Urbanitários e a Ambiental Saneamento, agência do município que regula o setor de saneamento básico”, disse o presidente.
Ele lembrou que na última gestão, a maioria dos vereadores se posicionou contra a privatização da Cosanpa, mas ponderou que naquele momento, a empresa que propunha a negociação, Odebrecht Ambiental, estava mergulhada na Lavajato. “Depois das discussões que teremos aqui, precisamos avaliar novamente essa questão e ampliar a discussão”, disse, acrescentando que o problema da falta de água nas torneiras não é porque o rio secou, mas por falta de gestão adequada do sistema.
O tema “racionamento de água” dominou os discursos dos vereadores nas duas sessões desta semana. Irismar Melo disse que conversou com o deputado estadual João Chamon, o qual lembrou que por ocasião do auge do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foram destinados recursos vultosos para a Cosanpa investir no sistema de saneamento em Marabá. Ela observou que Chamon cobrou providências do Ministério Público em relação ao abastecimento de água em Marabá. “Precisamos fazer coro com a Alepa e parabenizo o deputado Chamon pelas medidas tomadas”, disse.
Segundo ela, os problemas alegados pela empresa não são plausíveis avalia que existe um processo de sucateamento para a privatização da empresa. “Já combatemos essa tentativa no passado recente, principalmente pela nebulosidade do processo”, recorda.
Outro que criticou duramente a Cosanpa foi o vereador Nonato Dourado, apontando que o racionamento tem acontecido de forma não adequada e prejudica a população. “Quem não tem poço tem sofrido e os rios já estiveram mais baixo. O racionamento não está acontecendo da forma como a empresa divulgou”, disse.
A vereadora Cristina Mutran ponderou que o que acontece está sendo muito prejudicial à população. “É preciso que se explique realmente o que está acontecendo, porque o argumento de baixa dos rios ninguém engole”.
Marcelo Alves disse acreditar que a Cosanpa está enrolando povo de Marabá com o racionamento. “Toda vez que a gente bate na empresa, aparece um discurso para poder vender a companhia”, critica.
Ilker Moraes argumentou que racionamento de água em Marabá existe há tempos, mas talvez não tenha ocorrido alarde como agora. “Há um problema em Marabá de grande inadimplência no pagamento da água e o governo do Estado arca com isso. Claro que a água também não tem uma boa qualidade. A desculpa do nível do rio não desce, porque já esteve mais seco. O problema é outro e é preciso debater e levar para quem pode resolver”, disse.