Discussão sobre pagamento de salários atrasados avança graças à mediação da Câmara
Uma Comissão formada por ex-funcionários da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM) esteve reunida na tarde desta terça-feira, 7, na Câmara Municipal de Marabá (CMM), com vereadores e representantes do Poder Executivo Municipal. Em pauta o pagamento de salários atrasados de 2016, ainda do governo João Salame.
A reunião foi convocada pela Comissão de Administração, Serviços, Segurança Pública e Seguridade Social e contou ainda com a participação dos vereadores Ilker Morais, Pedro Correa, Cabo Rodrigo, Gílson Dias, Pastor Ronisteu, Mariozan Quintão, Tiago Koch, Frank Varão e Marcelo Alves.
O primeiro a fazer uso da palavra foi o vereador Cabo Rodrigo, secretário da Comissão, o qual mostrou que a intenção do encontro era achar uma solução para que a situação seja resolvida o mais breve possível.
Representando a Prefeitura, estiveram presentes o secretário de Planejamento, Karam El Hajar, e o secretário de Administração, Nilton Medeiros. Karam disse que governo reconhece que a pauta é justa e legítima e que vem trabalhando para tentar resolver o impasse. Para ele, a dívida é do município e tem que ser paga, e isso ninguém discute.
O secretário voltou a colocar da realidade financeira que Marabá atravessa, lembrando que a dívida chega perto de R$ 192 milhões. “Só de salários temos R$ 32 milhões para pagar”, destacou.
Karan expôs que, além disso, surgiram quatro problemas graves para a prefeitura: FPM, INSS, precatórios e Pasep. Karam informou a todos os presentes que esses problemas travam o município e têm de ser resolvidos. Ele disse também que para a Prefeitura precisa analisar seu fluxo de caixa e a realidade da arrecadação não está definida ainda.
Falando em nome do grupo, Adelfran Albuquerque, ex-funcionário da Secretária de Obras, disse que quando foi constituída a equipe de transição, a atual gestão sabia dos buracos deixados pelo governo passado. Perguntou o porquê de não se pagar a dívida ao invés de contratar outros funcionários. Disse que quando o atual prefeito assumiu sabiam que a situação era difícil e deveriam ter primeiro sanado as dívidas para depois contrair outras.
Socorro Tavares, ex-professora, disse que a paciência está no limite, falou de dramas pessoais na família por falta de dinheiro e clamou que fosse negociada a dívida. “Queremos uma posição concreta, pelo menos por parcelamento”.
Wilson Saraiva, falando em nome dos garis, disse que a dívida do funcionário é a mais importante e advertiu que se saíssem da reunião sem uma data concreta, os ex-funcionários iriam fechar a ponte sobre o Rio Itacaiunas no mesmo dia e que fechariam no dia seguinte a Prefeitura e Secretaria de Obras.
Pedro Correa, presidente da Câmara, falou de importância de se manter o respeito e a ordem, e que a Câmara sempre trata dos assuntos do município de Marabá e dos servidores. Frisou que tem conversado com o prefeito sobre a situação emergencial, da importância que o servidor tem para o crescimento de Marabá, e que o gestor tem se mostrado sensibilizado com o caso. “Existem muitas pessoas desesperadas, sem emprego há mais de 2 anos. Precisamos achar uma solução, e essa resposta o Poder Executivo deve dar, o mais breve possível”.
O vereador Tiago Koch disse que se preocupa com a situação e pediu uma proposta de prazo para pagamento dos servidores.
Ilker Moraes disse que se preocupa muito com a situação e disse acreditar que é possível planejar o pagamento dos ex-servidores. “É preciso que seja elaborado um cronograma de pagamento, para que o servidor planeje a sua vida”.
Marcelo Alves lembrou que o governo atual já completou 70 dias de atuação e pediu reunião com o próprio prefeito, que é quem resolve.
Diante do exposto e dos questionamentos e posicionamentos, o presidente da Câmara, Pedro Correa, entrou em contato com o prefeito municipal, Tião Miranda, e solicitou uma reunião com o gestor, o que foi prontamente atendido.
Uma comissão foi formada, composta por vereadores e ex-servidores e as discussões continuaram na Secretaria de Obras, no final da tarde desta terça-feira.
No encontro, o prefeito Tião Miranda confirmou, mais uma vez, que a situação da prefeitura é complexa do ponto de vista econômico, e que é preciso uma solução para equilibrar as contas e sanear as finanças. “Tenho responsabilidade e compromisso com essa cidade e com seus servidores também”, enfatizou Miranda.
Por outro lado, o prefeito garantiu que em até 30 dias vai apresentar um cronograma de pagamento dos salários atrasados.
Por fim, ficou definido que no dia 17 de abril haverá uma nova reunião entre a Prefeitura, Câmara e os representantes dos ex-servidores para apresentação do cronograma de pagamento.