Educadores pedem mediação do Legislativo com o Executivo para avançar em pauta antiga

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 02/03/2023 22h18, última modificação 02/03/2023 22h18

 

Com o plenário lotado, os servidores da educação de Marabá estiveram nesta quarta-feira, 1º de março, na Câmara Municipal para debater sobre a pauta de reinvindicação da classe com o Poder Executivo. 

De acordo com Tatiana Alves dos Santos, coordenadora do Sintepp, o sindicato realizou assembleia dia 14 de fevereiro e aprovou o estado de greve, em face de uma dívida que o governo municipal tem com a categoria. “Exigimos desta Casa que se instaure uma CPI para investigar a dívida enorme que o Executivo tem com o trabalhador da educação. Em 2017 veio o projeto de lei que alterava o PCCR que desindexou o salário do trabalhador, o qual foi rebaixado com uma perda inestimável. O que houve, após a reformulação, é que o governo deixou acumular o pagamento das progressões e hoje temos um acúmulo de dívida de quase R$ 100 milhões. 

Tatiane disse que existe, ainda, o debate sobre o piso da educação, com 33,24% de reajuste do salário do ano passado e, agora, de quase 15%, e o governo insiste em protelar a discussão. 

Tatiana exemplificou colocando que na rede estadual o professor contratado tem salário base de R$53,63 a hora aula, enquanto no município é de R$15,87. “Nosso objetivo nesta Casa é solicitar uma mediação da Câmara para que as coisas andem. A Prefeitura não recebe o sindicato. A hora atividade é outro ponto que não temos implementada. A dívida beira os R$ 100 milhões, e isso é só de uma pauta, que é sobre a valorização do plano de carreira que a prefeitura deixou de fazer. No ano passado a gestão fez uma proposta, aceitamos, mas depois alterou. Os recursos próprios aumentam de forma substancial e não vemos isso na valorização do trabalhador”, finalizou a sindicalista. 

O vereador Ilker Moraes disse que tem acompanhado o debate desde 2017 e que tem visto a luta dos trabalhadores da educação. Para ele, sem a valorização profissional não se tem melhora na educação. “A boa remuneração do servidor faz com que melhore a atuação”.

Ele ainda disse que é preciso se apropriar de maiores informações e que sejam repassadas de forma clara e real. “Toda semana sai matéria em blog sobre o aumento da receita, e o governo demonstra ter investido em educação e saúde, mas não vemos melhorar de nenhuma forma. Na educação, não vemos a valorização dos profissionais. O momento é de melhorar a educação e a saúde. Precisamos tratar melhor os trabalhadores e depois exigir a melhora no Ideb”.

Márcio do São Félix Marabá disse que percebe uma monocracia e não vê espaço para discussão. “Esta Casa já teve diversas vezes com o prefeito, para correção do vale alimentação e ele se manteve de forma irredutível. Acho que temos de discutir e vermos se avança; caso isso não aconteça, podemos avançar para uma CPI, que não é coisa de outro mundo”, advertiu.