Elza quer que Câmara apure denúncia de importunação sexual sofrida por mulher em ônibus

Durante a sessão ordinária desta terça-feira, dia 4 de junho, a vereadora Elza Miranda usou a tribuna da Câmara para antecipar uma denúncia de uma mulher que a procurou para relatar que fora vítima de importunação sexual dentro de um ônibus de uma empresa que presta serviço à mineradora Vale, em Marabá.

Segundo a parlamentar, a moça relatou em seu gabinete que viajava em um ônibus com cerca de 40 homens e só ela de mulher, e que um deles tentava tocar seus seios com o cotovelo. Como ela ficou bastante abalada com a situação, procurou a direção da empresa, mas não houve solução.

O passo seguinte foi ir até a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), mas também saiu de lá entristecida, porque fora atendida por uma moça, a qual teria dito que não caberia denúncia naquela especializada, apenas de litígio entre casais.

“Eu fico revoltada com uma resposta dessa. Se é Delegacia da Mulher, a mulher que foi denunciar não pode voltar sem ser ouvida. Posteriormente, procurou a 21ª Delegacia de Polícia Civil e nenhuma atitude foi tomada. O cidadão continua no mesmo ônibus, na mesma empresa que ela”, lamenta Elza Mirada.

Por conta disso, Elza pediu para que a Comissão de Direitos Humanos, Defesa do Consumidor, da Infância e Juventude, da Mulher e do Idoso ouça a referida trabalhadora e dê os encaminhamentos necessários.

Em uma palavra de sororidade, a vereadora Vanda Américo disse que a moça foi corajosa em continuar insistindo na denúncia. Para ela, ainda há dificuldade de uma mulher para registrar uma queixa. “Muitas das pessoas que trabalham nesses locais não sabem receber vítimas adequadamente. Essa mulher precisa sobreviver, trabalhar, e terá de continuar trabalhando ao lado desse agressor. Quando não se toma providência, o agressor se sente mais forte e empoderado, achando que nada vai acontecer”, adverte Vanda.

Ela parabenizou a colega Elza por trazer esse assunto à Casa Legislativa e disse ter certeza de que ela será ouvida adequadamente. “Se o funcionário for de terceirizada da Vale, vamos mandar para as duas empresas, para que não fique denúncia por denúncia. A Comissão vai tomar providência”, garantiu.