Em audiência, entidades pedem mais fiscalização no trânsito de Marabá
A audiência pública sobre transporte apresentou várias reclamações de líderes comunitários em Marabá. Um deles, Domingos Ribeiro, presidente da Associação de Moradores da Folha 35, na Nova Marabá, explicou que há cerca de 750 famílias no bairro e pediu uma linha de ônibus que possa entrar na Folha 35. “Atualmente, os ônibus passam na rodovia Transamazônica e as pessoas têm de andar a pé e há muitos idosos e estudantes que sofrem para chegar às suas casas no dia a dia”, disse Ribeiro.
Jedean Milhomem ponderou que o serviço de mototáxi só pode ser ampliado depois que houver o investimento necessário no transporte público coletivo, como a construção do terminal de integração. “Precisamos abrir nova licitação, agora transparente, com participação da comunidade. A CPI do Transporte vai mostrar que as duas empresas são uma só”, advertiu Jedean.
Lia Almeida, presidente da Associação de Moradores do Bairro Liberdade, pediu mais fiscalização no trânsito da cidade por parte do DMTU e Detran e clamou para que se coloque um semáforo no cruzamento das avenidas Paraíso com Antônio Vilhena. “Mais uma vida se foi no final de semana nesse cruzamento. Chega de gente embriagada dirigindo carros e motos. É preciso uma fiscalização rígida por parte das autoridades de trânsito”, opinou.
Emerson Lima, presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Marabá alegou que um projeto de lei para aumentar o número de mototaxistas no município é desnecessário. Ele não vê motivos para aumentar o número de motos, mas sim dar subsídios para os que estão atuando possam atender melhor os bairros.
João Guimarães, presidente da Cooperativa Rádio Táxi de Marabá reconhece que o serviço de transporte público urbano precisa de muitas melhorias, mas pondera já houve avanço se comparado há quatro anos. Ele pediu ao DMTU e ao secretário de Segurança Institucional mais fiscalização porque há muitos adolescentes dirigindo perigosamente na cidade. “Realmente a gente sabe que Marabá cresce demais, mas é precisar aumentar a fiscalização no trânsito”.
Gilberto Soares dos Santos, Beto Jamaica, conselheiro municipal de Transporte, elogiou a Câmara pela instalação de uma CPI e disse que sempre lutou pelo transporte coletivo de Marabá. “O problema agora do transporte coletivo não é das empresas, mas da falta de um terminal de integração. Temos de esperar funcionar o terminal para, então, discutirmos sobre inclusão de vans e micro-ônibus no transporte do município”.
Beto Jamaica sugeriu a abertura de nova linha de ônibus para entrar nos bairros Km 7 e retirar o ponto final de ônibus do bairro Liberdade e levar para dentro do Jardim União.
Capitão Emmett Moulton, diretor do DMTU, lamentou que Marabá não tenha um plano de mobilidade urbana e garantiu que o terminal de integração vai ser construído no trevo dos três núcleos em parceria com as empresas que operam o sistema de transporte coletivo. Ele revelou que houve, no governo passado, uma grande quantidade de placas de táxi concedidas, extrapolando o limite permitido por lei e que vai encaminhar ao prefeito João Salame um relatório com essa denúncia para que ele tome as medidas cabíveis.
A vereadora Vanda Américo considerou o Plano Diretor de Mobilidade Urbana fundamental para nortear os rumos do setor. Disse que quando a Câmara instalou a CPI do Transporte foi para se rediscutir os problemas que existem e afirmou que é preciso ampliar rotas, com novas linhas para loteamentos. “Não podemos aceitar que o núcleo São Félix fique descoberto de serviço de mototáxi. A proposta é para que haja cooperativa lá, com motos de lá. “É preciso usar de bom senso, mas não podemos deixar a comunidade totalmente descoberta”, disse Vanda.
O vereador José Sidney ressaltou que mesmo sendo vereador e presidente de um sindicato, continua andando de ônibus para avaliar as condições do serviço prestado à população. Ele lembrou que a deficiência não é apenas no transporte coletivo, mas nas demais modalidades também.
O vereador Ilker Moraes pediu à Prefeitura uma nova licitação do transporte público e considera que o processo licitatório recentemente realizado é duvidoso e CPI deverá comprovar isso.
Alécio Stringari considera que há muita imprudência no trânsito em relação às motocicletas e abuso na cobrança de preços. “As queixas chegam constantemente e nós não podemos ficar de braços cruzados”, disse.