Estudantes cobram ampliação da rota universitária em Marabá

por André da Silva Figueiredo publicado 06/05/2022 15h55, última modificação 06/05/2022 15h55

A rota universitária foi tema de audiência pública na manhã de quinta-feira, 6, realizada no Plenário da Câmara Municipal de Marabá. Dezenas de estudantes participaram da audiência conduzida pelo representante da Comissão de Educação, vereador Elói Ribeiro. Os vereadores Ilker Moraes, Frank do Jardim União, Raimundinho do Comércio, também tiveram participação destacada no evento.

Francisco Ribeiro Costa, reitor da Unifesspa, reconheceu que o tema mobilidade urbana é complexo e envolve várias questões. Disse que são mais de 7 mil estudantes na instituições, sendo que a maioria depende de transporte público. “A quantidade de ônibus que atende a rota universitária, atualmente, é insuficiente. E se os alunos precisarem ir até o campus fora do horário de aulas eles não conseguirão, acabarão sendo reprovados por falta”, lamentou.

Carlos Eduardo, aluno da Unifesspa, apresentou um vídeo em que mostra a realidade do transporte universitário na cidade. Disse que a audiência é extremante importante e pediu a ampliação da discussão para o âmbito da mobilidade urbana de uma forma geral. “Esse problema vem se arrastando governo após governo. Quando se compromete a mobilidade urbana estão comprometendo a educação e segurança das pessoas, inclusive dos jovens”, lamentou.

Maísa Carvalho considerou que o subsídio recentemente dado à empresa de transporte é imoral, porque considera que ela não atende satisfatoriamente a população. “Pedimos o passe livre para os estudantes e queremos a construção do terminal de integração e a implantação do bilhete único. É absurdo os ônibus não pararem para pessoas com deficiência física, às vezes por preguiça do motorista ou por falta de acessibilidade nos ônibus”.

O vereador Ilker Moraes revelou que houve um debate com o presidente da empresa Integração e reconhece que a rota universitária é um dos problemas da cidade de Marabá. “Não é problema de cinco anos, mas de décadas. Em 2014 o ex-vereador Guido Mutran presidiu um CPI nesta Casa, que tinha o atual presidente da Câmara, Pedro Correa, como relator. Descobrimos todas as irregularidades do contrato, que era de 20 anos, e o atual contrato também tem de 20 anos de duração. Não temos condições de aguentar mais 18 anos com essa empresa do jeito que está. Nenhuma empresa tem condições de cumprir com esse contrato de 77 ônibus e 20 desses teriam de ser novos”.

Ilker Moraes lembra que em muitos municípios brasileiros o Executivo municipal assume grande parte do problema do transporte público. “Se pegarmos apenas 1% do nosso orçamento vai da R$ 12 milhões, e se o município entrar nessa briga consegue resolver o problema dos universitários. Todos acreditam que o terminal de integração vai resolver o problema, eu não”.

 

De acordo com o contrato firmado com a empresa Integração, responsável pelo transporte público, a empresa deve colocar 77 ônibus nas ruas de Marabá, sendo 25% com ar-condicionado e com GPS. “Nós, da Secretaria de Segurança Institucional, temos uma comissão formada para fiscalizar o transporte público. Essa comissão está fazendo o levantamento de novas rotas que estão em discussão. A rota universitária já está concluída, mas é claro que precisa melhorar”, ressalva o diretor do DMTU, Jocenilson Silva.

Jair Barata, Secretário de Segurança Institucional e presidente do Conselho de Transporte, informou que a empresa está se adequando aos requisitos que foram exigidos.

Rodrigo Botelho, presidente da Subseção local da OAB, avalia que a revolta e indignação dos estudantes mostram a falta de vontade de resolver o problema do transporte público. “Vivemos e uma região com uma riqueza natural de nível mundial, riquezas que são exploradas pela iniciativa privada de forma passiva, e a cada ano a arrecadação aumenta gradativamente em bases históricas. Atualmente está sendo discutida a duplicação de uma ponte rodoferroviária, uma obra de quase R$ 5 bilhões. Por outro lado, nosso transporte público é insalubre, isso precisa ser prioridade”, sustentou.