Falta de médicos no HMM repercute na Câmara
A constante falta de médicos em plantões no Hospital Municipal de Marabá (HMM) foi o tema mais debatido na sessão ordinária desta quarta-feira, dia 23 de junho. Alguns vereadores relataram que já receberam várias denúncias de que o atendimento na maior casa de saúde do município está comprometido porque os médicos não querem mais dar plantão em Marabá, preferindo ir a outros municípios da região, que pagam melhor.
O vereador Ilker Moraes foi um dos que disseram que tem recebido muitos questionamentos da comunidade com relação à falta de médicos no hospital. Ele lembrou que esta questão não é nova e que se arrasta há várias gestões.
Moraes, inclusive, lembrou que já apresentou denúncia sobre a farra de plantões durante a pandemia, no ano passado, e que os órgãos competentes estão investigando. “Há uma demanda por médico na região, e eles estão deixando de prestar serviço em Marabá porque seus plantões, vencimentos e outros recursos que são pagos estão defasados. Em Marabá, um plantão de 12h tem custo R$1.200,00, no valor bruto. Em Canãa, Parauapebas e até em São Domingos os valores são maiores, girando entre R$ 1.500,00 a 2.000”, compara.
Ele afirmou, ainda, que isso está fazendo com que os médicos, toda semana, deixem de prestar serviço a Marabá. “O governo municipal precisa intervir, reajustando o valor dos plantões”, clamou.
O vereador Alecio Stringari, líder do governo na Câmara, informou que esteve com o secretário de Saúde para discutir a correção do valor dos plantões médicos em Marabá. A informação repassada ao parlamentar é de que uma lei federal proíbe o reajuste de qualquer natureza até dezembro deste. “Estamos perdendo nossos profissionais médicos para outros municípios pelo valor do plantão. Acredito que vamos sofrer até o final de 2021 com essa situação, caso não se resolva. O prefeito Tião Miranda está buscando uma solução”, garantiu o líder de governo.
Ray Athie reconhece que a situação é gravíssima. Relatou aos colegas que foi ao HMM e encontrou um cenário preocupante: havia médico de plantão, mas que não se encontrava no local, mas trabalhando em outro município. “Temos de aumentar o valor do plantão, que é defasado na região. Mas aquele profissional que escolheu ficar no plantão em nosso hospital, deve cumprir seu horário e seu serviço na casa de saúde de Marabá”, protestou.
A vereadora Cristina Mutran reconheceu que os salários e honorários dos médicos de Marabá, há muito tempo, estão defasados. Na visão dela, é preciso encontrar solução para a situação delicada do cenário atual. “Acho estranho que médicos contratados pela SMS, ao invés de estarem realizando suas funções em nosso município, estão prestando serviços em outra localidade. Poderíamos, junto com a Progem e Secretaria de Saúde, reunirmos para analisarmos de que forma vamos dar uma solução para a situação caótica que está ocorrendo no HMM”.
Ronaldo da 33 avalia que poucos médicos estão no HMM por amor à cidade e à profissão e pediu que a Comissão de Saúde da Câmara marque diálogo com o secretário de saúde para resolver a situação. “Estamos perdendo profissionais para outros municípios porque estão sendo mal remunerados aqui”.
A vereadora Vanda Américo advertiu que a temática requer atenção especial e urgente e merece uma rodada de negociação envolvendo a Procuradoria Geral do Município e pediu intervenção do líder do governo na Câmara para agendar um diálogo entre Poderes Legislativo, Executivo e os procuradores. “Ficar sem médico é uma situação muito grave e precisa ser resolvida logo”.