Fórum de Mulheres pede que Câmara ajude a cobrar pauta de reivindicações
Durante a Sessão Solene em Homenagem ao Dia Internacional, ocorrida na manhã desta terça-feira, dia 8 de março, um grupo com cerca de 200 mulheres pertencentes ao Fórum Permanente de Mulheres de Marabá entrou no Plenário da Câmara com faixas e distribuindo panfletos aos presentes. A presidente Vanda Américo concedeu a palavra a quatro representantes do grupo, que usaram a tribuna para apresentarem suas demandas.
Gilmara das Neves Alves, membro do Fórum Permanente de Mulheres de Marabá, usou da palavra e disse que a entidade resolveu comemorar o Dia Internacional com todas as mulheres unidas. Os seis cantos da cidade, segundo ela, estão representado neste movimento. “É violência não conseguir atendimento nos centros de saúde, iniciar um tratamento de câncer tardio por falta de atuação do município é violência. Colocamos nas mãos de vocês, vereadoras, o poder de fiscalizar, olhar por todas nós, e de fazer valer todos os nossos direitos. Temos certeza do comprometimento dos senhores, e solicitamos que o dia de hoje não seja apenas um dia como Outubro Rosa, com relatos de mulheres falando sobre violência daquela época. Ela continua a mesma. Nossos direitos continuam sendo violados”, lamentou.
As mulheres apresentaram um relatório com irregularidades e sugestões de mudanças nos serviços públicos que precisam ser melhorados para oferecer melhor qualidade de vida para as mulheres.
Cláudia Chini, advogada, disse que o Fórum Permanente foi criado para lutar por políticas públicas e é apartidário. “Há quem tente vincular à ideologia, não pode ser utilizado para ser utilizado com viés político”, alertou.
Ela reclamou que a Delegacia da Mulher continua sem funcionar aos finais de semana, pediu creches construídas, ampliação do serviço de segurança para que os jovens não sejam assassinados. Disse que o Fórum promove palestras na zona rural e em bairros periféricos, onde se ouve denúncias de irregularidades na área de saúde. Algumas mulheres, segundo ela, foram apurar as denúncias, apresentando um relatório com os resultados. “O direito à saúde é um dever de todos, garantido por lei. Há dois mamógrafos embalados ainda, que não estão em funcionamento. O que está funcionando passou mais de oito meses parado. A desculpa é que precisa de uma reforma do Crismu para que haja estrutura para ele funcionar. É inadmissível que uma cidade que atende a toda a região circunvizinha tenha dois mamógrafos embalados há mais de dois anos. Há problema de gestão operacional da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá”.
A educadora Margarida Bonjardim lembrou que já foi homenageada pela Câmara Municipal no passado, mas que volta agora para mostrar uma realidade dura de um diagnóstico de câncer. No ano passado foi diagnosticada e se não tivesse o privilégio de ter um plano de saúde não estaria hoje viva. Foi fazer tratamento em Minas Gerais e recebeu muitas mensagens de mulheres em Marabá na mesma condição. “Esperamos acolhimento, mas muitas vezes ele não vem, mesmo no seio da família. A gente não sabe se vai viver ou morrer”, disse ela, conclamando por tratamento oncológico para Marabá gratuito.
A Primeira Marcha das Mulheres de Marabá apresentou a seguinte pauta ao Legislativo, para que este cobre do Executivo: atendimento humanizado do SUS nos hospitais de Marabá; tratamento oncológico gratuito em Marabá, agilidade nos processos de aposentadoria, auxílio doença para as mulheres, agilidade na realização e entrega de exames, maior segurança e proteção aos direitos da mulher.
Ao usar da palavra, a vereadora Vanda Américo reconheceu que a pauta das mulheres é justa e disse que a Câmara não pode se calar diante dessa realidade e demandas apresentadas. Pediu ao Ministério Público providências porque faltam medicamentos no Hospital Municipal de Marabá. “O Poder Legislativo não está de ouvidos e olhos fechados. Estamos cobrando o Executivo”, garantiu.