Greve dos rodoviários sem data para terminar
Segundo o vereador José Sidney Ferreira, presidente do Sintrarsul (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Sul do Pará) e da Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Marabá, os funcionários das duas empresas que prestam o serviço de transporte coletivo em Marabá resolveram paralisar o transporte coletivo porque elas não deram nenhum tipo de resposta para a categoria, mesmo tendo sido enviada a pauta três meses antes.
“As duas empresas que chegaram ano passado no município estão prestando mau serviço e não pagam salário digno aos seus funcionários. Não estamos pedindo nada demais, a não ser os direitos dos trabalhadores. As empresas não apresentaram se quer uma contraproposta. Os rodoviários pediram 25% de reajuste, cesta básica no valor de R$ 700 e plano de saúde para toda a família. Fizemos várias concessões, mas as empresas disseram que não poderiam pagar”, revelou Sidney, dizendo que poderá solicitar até mesmo uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do transporte público em Marabá.
Na avaliação do presidente da Comissão de Transportes, as duas empresas que operam o serviço em Marabá não se importam com o posicionamento do prefeito João Salame, dos vereadores e da comunidade em geral.
O vereador Coronel Araújo entende que greve é ruim para a comunidade, mas pondera que ela é necessária para que possa garantir os direitos dos trabalhadores. “As reivindicações são justas e vou apresentar Requerimento para convidar o presidente do Conselho Municipal de Transporte para vir à Câmara para que a comunidade e seus representantes possam abrir uma discussão ampla sobre o transporte coletivo. A tarifa não é tão baixa como as empresas alegam”, opinou Araújo.
José Sidney afirmou ainda que faltam ônibus para várias linhas, como Morada Nova, São Félix e acredita que embora a decisão seja radical, ela é necessária. “Toda a frota está paralisada 100% por tempo indeterminado, até que se conceda as reivindicações dos trabalhadores”, bradou o sindicalista e vereador.
Ronaldo Yara disse que a necessidade em Marabá é pela confecção de um Plano Diretor de Transporte para realizar um estudo da demanda de passageiros, linhas, entre outras informações. Para ele, a licitação de transporte não foi feita de forma correta e deve-se buscar junto ao Ministério Público o acompanhamento desse problema. “A empresa tem de discutir as possibilidades e não fugir desse dilema”, adverte.
Segundo José Sidney, o núcleo Morada Nova São Félix tem hoje cerca de 50 mil habitantes e a frota que trafega naquela região é a mesma de 10 anos atrás.
Adelmo Azevedo avalia que a licitação do transporte coletivo foi equivocada e o usuário do serviço continua reclamando. Adelmo ainda lamentou, que o Terminal Integrado de Passageiros nunca tenha sido construído e a quantidade dos ônibus não satisfaça a demanda de Marabá.
Diariamente, são 42 ônibus que fazem nove linhas nos quatro núcleos urbanos da cidade, e cerca de 20 mil usuários se utilizam desse serviço diariamente.