Irismar critica coleta e acena para CPI do lixo na próxima semana
Em discurso contundente na sessão desta terça-feira, 2 de setembro, a vereador Irismar Araújo (PR) disse que nos últimos cinco anos, desde que a coleta de lixo foi terceirizada, não houve um mês se quer que não surgissem reclamações com o serviço prestado, inicialmente, pela Leão Ambiental, e agora pela Estre – que é a mesma empresa revertida de um nome difícil para o povo lembrar.
E desde o ano passado as relações entre o Executivo Municipal e a empresa se desgastaram, a Prefeitura chegou a anunciar que faria uma nova licitação e dividira a cidade em quatro lotes para que quatro empresas diferentes operassem o serviço. O lançamento do edital estava marcado para abril, mas depois de adiamentos, o prefeito João Salame resolveu, de uma hora para outra, mudar o rumo do caso e mandou cancelar o edital na véspera de abertura dos envelopes.
A justificativa, lembra Irismar Araújo, era de que o município iria voltar a assumir o serviço, mas passados quase dois meses desse anúncio, nada foi feito. “A Estre continua trabalhando da mesma forma, sem qualidade, e a comunidade é quem paga um preço altíssimo por um serviço sofrível”, critica.
Para a vereadora, é espantoso ver como o lixo se acumula nos bairros, inclusive atraindo urubus em alguns pontos. “Se no centro está ruim a coleta, imagine nos bairros mais pobres”, alfinetou.
Irismar lembrou que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Lixo pedida na semana passada pelo vereador Pedro Correa para investigar o contrato com a empresa é uma necessidade e a Câmara deve cumprir seu papel de investigar a fundo esse caso. Ela disse ao colega Correa que está disposta a assinar o Requerimento de abertura da CPI para que a verdade venha à tona.
Pedrinho pediu um aparte à Irismar durante seu pronunciamento e disse que, de fato, há motivos para questionar o contrato, alegando que nunca conseguiu as informações que solicitou, nem da empresa nem da Prefeitura de Marabá. “Precisamos saber quantos funcionários a empresa tem, a quantidade de caminhões, entre outras informações que permanecem obscuras. Solicitei dados sobre os pagamentos à Secretaria de Finanças, mas não recebi resposta alguma. Sabemos que o valor pago é de acordo com a pesagem, mas não sabemos quanto vem sendo pago”, destacou.
Pedrinho argumentou também que a quantidade de lixo amontoado, principalmente na periferia, é absurda. “Empresa não recolhe, mas recebe”, lamentou.
Por outro lado, Pedro Correa informou à colega que a Sevop lhe procurou após seu pronunciamento polêmico na semana passada e prometeu repassar as informações solicitadas. “O Executivo disse que vai tomar providências”, justificou.
Apesar disso, Irismar Araújo disse que muitas promessas já foram feitas nesse sentido e que a Câmara precisa tomar um posicionamento mais enérgico, através de uma investigação minuciosa. “Estou à disposição para à CPI para que possamos esclarecer para a sociedade o que ocorre por trás de uma coleta de lixo mal feita”.
Às claras
Outro assunto que a vereadora Irismar anda preocupada é com o contrato com a empresa Urbeluz, que é responsável pela iluminação pública da cidade. Ela disse que ninguém sabe quanto entra nas contas da Prefeitura com o recolhimento da taxa de iluminação pública e que não há nenhuma informação sobre os serviços executados no município. “É preciso que estejamos sempre atentos para esses contratos e que a transparência não seja apenas um discurso de ficção. O que for correto tem nosso apoio, mas o que não for, vamos exigir transparência de verdade”, disse ela.