Manifestação de vereadores sobre a Vale ecoa entre empresários e políticos
As manifestações dos vereadores de Marabá nas sessões das últimas semanas, enfatizando a inércia da Vale em realizar investimentos em Marabá, repercutiram nos meios de comunicação, entre empresários e políticos, que destacaram a ação deste Poder em cobrar da mineradora, ações concretas para viabilizar o desenvolvimento do município, gerando emprego e renda.
O vereador Coronel Araújo (MDB) usou a palavra e fez referência ao requerimento apresentado pelo deputado Dirceu ten Caten (PT), em sessão na Alepa, sugerindo que a Assembleia Legislativa do Estado do Pará forme uma comissão temporária externa para vir a Marabá e cobrar da Vale investimentos neste município e região, pelos grandes projetos anunciados pela empresa que não saíram do papel. Com isso, a Alepa se somaria ao clamor da sociedade civil em geral e à Câmara.
Araújo ainda destaca que o deputado fez a menção ao pronunciamento do presidente Pedro Corrêa como justificativa para a criação da comissão. “Essa é uma pressão legítima que temos de fazer contra a Vale. Todos nós sabemos o que ela não tem feito e as promessas não cumpridas. Temos de chamá-la para traga os benéficos como contrapartida ao que explora aqui”.
Pedro Corrêa disse que é importante a manifestação do deputado e que o próprio Dirceu marcou uma agenda com ele para se aprofundar sobre os conhecimentos mais técnicos dos relatos dos vereadores para que ele possa compor o trabalho que pretende realizar daqui para frente.
A Acim (Associação Comercial e Industrial de Marabá) também chamou o presidente da CMM para se manifestar sobre o posicionamento dos vereadores, e relatou a um grupo de empresários associados o porquê de a Câmara se manifestar da forma tão contundente. “A associação se disponibilizou a junto às atividades da comissão que será formada para tratar deste assunto”, detalhou.
Pedrinho Corrêa lembrou que na terça-feira, 23 de março, ele leu na sessão um documento da ACIM apoiando e parabenizando a Câmara pela atitude dos vereadores.
As vereadoras Vanda Américo e Elza Miranda também se manifestaram sobre a questão.
Ambas, com muita experiência nos debates políticos, chamaram a atenção de que esse é um momento importante e que é necessário envolver outros segmentos e poderes na luta. “A Câmara deve manter esse protagonismo de estar à frente dessas discussões. Temos de chamar mais deputados, para que possamos cobrar o que a Vale nos deve. Essa empresa tem de fazer um acesso ao Projeto Salobo pelo município de Marabá. Temos de fazer uma frente de deputados estaduais e federais, com a Câmara e outros, para juntos pressionarmos a Vale”.
Elza Miranda corroborou com o pronunciamento do coronel Araújo e avalia que a pressão precisa começar pelo Distrito industrial, onde a Vale contratou uma empresa chamada IMC para fazer o desmonte da estrutura antiga para construir uma nova com alta tecnologia, com cerca de 200 funcionários, em sua imensa maioria de outros estados. “Quando estava como deputada, fizemos uma CPI contra a Vale do Rio Doce e não deu em nada. Precisamos ter mais pulso, força e coragem para cobrar dessa empresa o que nos tira todo dia e não dá nada em troca”.
Pastor Ronisteu disse que é importante os vereadores conversarem com os deputados que apoiaram para somar força. “Nós, que temos ligação com os deputados que apoiamos, precisamos cobrar para que eles somem forças com a gente. Acho que assim teremos bons resultados. Eu vejo a Vale como uma vampira, sugando a vida da nossa região”.