Miguelito questiona cerca nos rios Tocantins e Itacaiunas
Na sessão desta terça-feira, 9 de setembro, o vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, usou a tribuna para falar de dois temas que têm afetado a população de Marabá. O primeiro diz respeito ao anúncio, por parte da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), sobre os cortes de recursos do Governo Federal que, de acordo com o reitor, Maurilio Monteiro, inviabiliza o funcionamento da universidade. De acordo com nota publicada em jornais e sites de grande alcance, serviços básicos como limpeza, vigilância e energia, entre outros, serão interrompidos a partir do dia 1º de outubro.
Miguelito lamentou que estejam fechando a Unifesspa, e que considerou que ela é um patrimônio do povo da região. “Estão fechando a universidade em que os filhos de pobres estudam. Iremos chamar senadores e deputados para lutar por essa causa: temos campi nas cidades de Marabá, Rondon do Pará, Santana do Araguaia, São Félix do Xingu e Xinguara. 45 cursos de formação, mais de 5 mil alunos matriculados e mais de 2 mil alunos formados. Não podemos deixar essa instituição morrer”, vociferou o vereador.
Outro assunto levantado pelo vereador diz respeito a uma cerca que estão construindo entre a Orla Sebastião Miranda (no varjão da Santa Rosa) e o Rio Tocantins, impedindo as pessoas de transitarem. “Estão nos cercando como gado. Estão cercando nossa cidade, para não deixar o povo ir para os rios. Eu nasci nisso, corri pelo varjão. Hoje estão querendo proibir. Eu sou filho da Cota 82. O Ministério Público e alguns representantes do meio ambiente em Marabá estão cercando a cidade. Estão querendo ir fechar como área ambiental. Somos filhos da cota 82 e agora não podemos mais usar o rio”, criticou o vereador.
Miguel ainda disse que o assunto carece de maiores informações ao grande público e as pessoas afetadas direta e indiretamente. Para ele, essa atitude deveria ter sido amplamente discutida com a comunidade. “Está proibido agora de entrar máquina na cota 82, onde moram muitas pessoas pobres. O pessoal da Santa Rosa e do Cabelo Seco merecem respeito. Moramos em uma cidade cercada por dois rios. O povo que reside nesses lugares mora por necessidade”.
Segundo ele, os mais necessitados são os principais prejudicados com as decisões tomadas pelo Ministério Público e os órgãos ambientais: “Que eles deem por escrito quem está proibindo de máquina entrar em periferias, em lugar de gente pobre, em lugar de gente que não tem onde morar”, finalizou.
Gílson Dias disse que a questão da cota é muito importante. “Estão fazendo cerca em Marabá e isso é um absurdo. Na época em que eu era superintendente da SDU teve essa pressão de cercar, mas eu não cedi. Estaremos em defesa dos menos favorecidos”, sustentou.
A cerca envolve, também, a Área de Preservação Permanente às proximidades da ponte sobre o Rio Itacaiunas, trecho próximo à antiga Vila Socó, entre outras áreas.
Miguelito ainda disse que as ações começaram pelas áreas mais carentes, afetando e retirando os mais pobres de suas casas. Ele questionou que os condôminos de luxo da cidade não estão sendo afetados e ficam em áreas próximas aos rios e de APPs.