Na tribuna da Câmara, ativista João Vitor pede respeito à diversidade

por André da Silva Figueiredo publicado 26/06/2024 12h10, última modificação 26/06/2024 12h16

Na abertura da sessão ordinária desta quarta-feira, dia 26, o ativista João Vitor Cavalcante, fundador da ONG “Viver LGBT Marabá”, falou da importância de junho, celebrado como o Mês do Orgulho LGBTQIA+, também conhecido como Mês da Diversidade. Ele disse que a entidade está comprometida a dar continuidade ao trabalho em busca de políticas públicas LGBTQIA+.

Um período dedicado a reconhecer, valorizar e promover a diversidade em suas múltiplas formas. Esta celebração, muitas vezes associada ao Orgulho LGBTQIA+, destaca a importância da inclusão e do respeito às diferenças, sejam elas de orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia, religião, entre outras.

João Vitor abordou a importância do Mês da Diversidade, que reside na oportunidade de conscientização e educação sobre as questões que afetam minorias e grupos marginalizados. Durante este mês, são realizadas inúmeras atividades, como paradas do orgulho, palestras, workshops, exposições e eventos culturais, que buscam sensibilizar a sociedade para a importância da igualdade e do respeito a todas as pessoas, independentemente de suas características individuais.

Além disso, argumentou, o Mês da Diversidade é um momento de celebração das conquistas alcançadas na luta por direitos iguais e justiça social. Ele também serve como um lembrete do trabalho que ainda precisa ser feito para combater a discriminação e a violência contra pessoas que fogem às normas tradicionais.

Empresas, escolas, organizações governamentais e não governamentais aproveitam este período para promover políticas e práticas inclusivas, fortalecendo a diversidade em seus ambientes. Isso não só cria uma sociedade mais justa e equitativa, mas também traz benefícios significativos, como a promoção de ambientes mais criativos, inovadores e produtivos.

“Celebrar o Mês da Diversidade é, portanto, um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de viver e expressar-se plenamente, sem medo de discriminação ou repressão”, disse o ativista.

Ele alertou, também, que a violência contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil é um problema grave e persistente. Apesar dos avanços legislativos e das iniciativas para promover a igualdade, o país ainda registra altos índices de discriminação, agressões físicas e verbais, e até assassinatos motivados por homofobia e transfobia.

Os dados sobre violência contra a comunidade LGBTQIA+ são alarmantes. Segundo relatórios de organizações como o Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil é um dos países com maior número de assassinatos de pessoas LGBTQIA+ no mundo. A violência não se restringe apenas aos assassinatos; muitos enfrentam ameaças, agressões físicas, abusos psicológicos e exclusão social, que impactam profundamente a saúde mental e o bem-estar dessas pessoas.

Os crimes de ódio contra pessoas LGBTQIA+ geralmente são motivados por preconceito e intolerância, enraizados em uma cultura que ainda valoriza normas tradicionais de gênero e sexualidade. A falta de políticas públicas efetivas e a impunidade dos agressores agravam a situação, criando um ambiente de insegurança para muitos.

“Além disso, a violência não é apenas física. Discriminação no ambiente de trabalho, nas escolas, no acesso a serviços de saúde e em outros aspectos da vida cotidiana também são formas de violência que limitam as oportunidades e o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas LGBTQIA+”, disse Vitor.

Para ele, o Mês da Diversidade é uma oportunidade crucial para trazer visibilidade a esses problemas e lutar por mudanças. Durante este período, é essencial promover diálogos, campanhas de conscientização e ações concretas para combater a violência e a discriminação, criando uma sociedade mais segura e inclusiva para todos.

Ele finalizou ressaltando que combater a violência contra pessoas LGBTQIA+ exige um compromisso coletivo. Isso inclui a implementação de leis mais rigorosas, a educação da sociedade sobre diversidade e inclusão, e o apoio às vítimas de violência. Somente através de esforços contínuos e colaborativos será possível construir um Brasil onde todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver com dignidade e segurança.

O vereador Márcio do São Félix disse que o grupo levanta a bandeira importante, com pauta social relevante. Considerou que a política pública para esse grupo deve avançar e desafiou membros do movimento a se lançarem candidatos a vereador para lutarem por essa pauta.

O vereador Miguelito também se solidarizou com movimento LGBTQIA+ e disse que é preciso tratar os diferentes de maneira igual. “Todos somos cidadãos, companheiros, é preciso respeitar a todos pelo que são. Tenho orgulho de ter o João Vitor trabalhando em meu gabinete”.

A vereadora Vanda Américo reconheceu que a violência física existe contra quem não é cisgênero, mas advertiu que há também violência que exclui do mercado de trabalho quem não se identifica como homem ou mulher, mas que tem capacidade e precisa de emprego para melhorar qualidade de vida. “Precisamos desenvolver políticas e garantir cotas em nossas legislações, porque às vezes, na entrevista, a pessoa é barrada em função de ser gay, lésbica ou trans, por exemplo. Essa violência temos de combater”, disse Vanda.