Prefeito Tião Miranda pede apoio da Câmara na abertura do ano legislativo

por claudinho publicado 16/02/2017 08h31, última modificação 16/02/2017 08h31
Ao mesmo tempo, gestor faz balanço de 45 dias de governo e diz que pretende recuperar a capacidade de investimento do município

Cumprindo o que manda a Lei Orgânica Municipal, o prefeito Sebastião Miranda Filho, o Tião Miranda, participou da primeira sessão do ano na Câmara Municipal de Marabá na manhã desta quarta-feira, 15, ocasião em que fez um pronunciamento sucinto dos primeiros 45 dias de governo. “Tenho a impressão de que vocês, vereadores, têm entendimento de que as dificuldades da cidade têm de ser vencidas. Fico pensando a noite, com insônia, preocupado em como equalizar tantos problemas. Mas estou animado, ao mesmo tempo, porque nossa equipe está determinada a organizar o município, mas para as coisas andarem, precisamos do apoio da Câmara”, destacou.
O prefeito disse ainda, que o foco é deixar a Prefeitura de Marabá organizada do ponto de vista administrativo e financeiro ao final do governo. Lembrou que há muitas obras paradas na cidade, e que a retomada delas será prioridade. “A obra inacabada é a pior obra, que não gera nada para o povo, porque está paralisada”.
Drama da folha
O prefeito usou parte do seu discurso para falar sobre o inchaço da Folha de Pagamento, ressalvando que se não houver equalização, o município vai travar e ficará sem capacidade de investimento. “As pessoas têm de entender que precisamos superar dificuldades para ter capacidade de investimento na cidade. É difícil as pessoas entenderem isso. No caso de concursados, não vamos tirar direitos, mas privilégios. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio fiscal e financeiro”, disse, em tom de parcimônia.
Tião Miranda também falou aos vereadores sobre a dívida herdada das últimas gestões e explicou que nos próximos dias a receita do município estará mais comprometida ainda com dívidas, porque precisará negociar parcelamento com alguns órgãos, para conseguir tirar Marabá do CAUC e, assim, conseguir as certidões necessárias e assinar convênios com os governos federal e estadual. “Não adianta elaborarmos projetos se não tivermos certidões. O desafio não cabe só a mim, mas a toda a comunidade”, enfatizou o prefeito.
Sobre queixas de alguns vereadores e de líderes comunitários em relação à dificuldade para realizar a operação tapa-buracos nesse período de inverno, Tião Miranda reconheceu a deficiência, mas garantiu que isso não está acontecendo por falta de dinheiro em caixa, mas pela dependência burocrática das licitações. “Esses primeiros 45 dias de gestão foram penosos. Eu estava no céu de brigadeiro como deputado e vim para o céu do Afeganistão ou do Iraque”, disse, brincando.
Por fim, o prefeito conclamou os vereadores a cumprirem seu papel de fiscalização e reafirmou que todos eles – sem exceção – têm entrada garantida nas secretárias para receber informações sobre gastos com folha ou obras e serviços. “Se quiserem histórico das contas, vamos passar para qualquer cidadão. Prefeito é apenas gerente da cidade, mas passageiro. É importante preservar a previdência própria, o Ipasemar. Se não fizermos isso, em 10 a 15 anos o recurso pode faltar, como aconteceu no Rio de Janeiro, que passa por penúria”, comparou.
Ao usar da palavra e agradecer a presença do prefeito, o presidente da Casa, Pedro Correa Lima, disse que mesmo durante o recesso os vereadores estiveram presentes na Casa de Leis e trabalhando muito. “O prefeito veio e cumpriu a Lei Orgânica do Município e mostrou ser um político democrático. Marabá vem passando um momento difícil, com um nível de desemprego muito elevado, e com as pessoas tendo que honrar seus compromissos. Isso é uma preocupação dos políticos. Precisamos recuperar a credibilidade da Prefeitura de Marabá. É preciso trabalharmos na coletividade, porque a cidade é maior do que qualquer bandeira partidária e, com compromisso e dedicação, vamos conseguir”, sustentou.
Pedrinho disse que a Câmara irá cobrar dos secretários alternativas para melhorar a vida da população, que traz suas angústias e problemas para o Poder legislativo.