Presidente da Câmara pede afastamento da equipe que atuou no parto de Elitânia e filho que morreram

por claudio — publicado 05/03/2013 18h00, última modificação 14/04/2016 09h08
Vereadora solicitou ao Ministério Público instauração de Inquérito Criminal para investigar o caso

Em discurso na sessão desta terça-feira, dia 5, a presidente da Câmara Municipal de Marabá, Júlia Rosa, lamentou a morte de Maria Elitânia Conceição de Sousa, 27 anos, e seu bebê no Hospital Materno Infantil (HMI), após passar por uma cirurgia cesariana na tarde da última quarta-feira, 27 de fevereiro.

Júlia Rosa disse que a comunidade de Marabá não pode mais conviver com esse tipo de omissão que vem ocorrendo no HMI. Ela informou que, como presidente da Associação da Mulher de Marabá, enviou um oficio ao Ministério Público pedindo a instauração de um Inquérito Criminal responsabilizando toda a equipe que estava de plantão na obstetrícia durante o parto de Elitânia, do médico à enfermeira.

Para Júlia, o parto de Elitânia, que tinha um bebê acima do peso, era inadmissível que pudesse parir o filho de forma natural. “O descaso começou desde que esta mulher deu entrada no hospital. Tenho relatos de profissionais do HMI e resguardo a fonte. Houve omissão desde o acolhimento, quando colocaram a parturiente no último quarto do hospital, sem ser devidamente acompanhada. Ela havia feito o pré-natal normalmente, acompanhou todos os trâmites que a gravidez tem e chega na hora do parto e sofre com a omissão da equipe médica”, critica Júlia Rosa.

Embora não tenha ainda resultado da autópsia no corpo de Maria Elitânia, mas tive informações seguras de que a cavidade abdominal dela estava cheia de sangue. A Elitânia perdeu sangue após o ato cirúrgico. Se o útero não voltou ao normal era obrigação da equipe médica retornar com ela ao centro cirúrgico e realizar a retirada do útero. Não podemos

Júlia disse que leu sobre as providências que o prefeito João Salame adotou, determinando a abertura de sindicância para investigar a causa da morte de Elitânia e de seu bebê. Todavia, ela acredita que é preciso uma ação mais enérgica e exigiu o afastamento da enfermeira, dos médicos e demais pessoas que atuavam na obstetrícia no dia do parto. “Se elas estiverem no HMI vão dificultar a apuração do caso. É revoltante que nos dias de hoje uma pessoa com saúde normal tenha sua vida ceifada pelo mau humor e pela falta de compromisso de um médico que já agiu dessa forma em outras ocasiões”, criticou Júlia Rosa.

O discurso da presidente da Câmara foi elogiado pelos demais vereadores, que concordaram em que o município haja de forma mais enérgica neste caso para que esse tipo de fato trágico não volte a acontecer.

Vanda Américo disse que seria um pecado se a Câmara não se manifestasse sobre esse caso. Ela lembrou que em 2012 foram registrados pelo menos três casos parecidos com esse e a Câmara se mobilizou, foi ao Ministério Público e pressionou as demais autoridades para punir os envolvidos no caso. “Os profissionais têm de ser punidos, mas se houve falta de material, os responsáveis também precisam sofrer algum tipo de sanção”, diz.