Professores participam de sessão e clamam por reajuste e outras demandas
Na manhã desta quarta-feira, 23, os professores da rede municipal de Educação, liderados pelo Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará) Subsede Marabá, chegaram cedo à Câmara Municipal de Marabá para participação na sessão ordinária.
Representando a categoria, a coordenadora geral do Sintepp, Joyce Rebelo, lamentou que a negociação com o Executivo tenha sido negligenciada por muito tempo e que, mesmo diante da pressão das manifestações recentes e greve, ainda foi postergada pela gestão municipal.
Ela disse aos vereadores que a categoria requer reajuste no piso do magistério de 2022, da ordem de 33,24%; reajuste do piso dos auxiliares de secretaria de nível médio, que está com defasagem salarial desde 2016, que já está em atraso.
Também solicitam a redução de jornada de trabalho dos agentes de serviços gerais de 8 para 6 horas; extinção da escala 12h/36h dos agentes de portaria. Implementação dos diários online, construção e reforma de escolas e casas de apoio na zona rural e reajuste do vale alimentação.
“Hoje é o 3 dia de greve. Acabamos com o medo e o silêncio no município de Marabá, e nossa classe fez isso. Na contradição do debate da sociedade, temos todos os trabalhadores hoje paralisados. Queremos o mínimo de desgaste com esse governo, com a implementação e valorização salarial. Nossa pauta é muito extensa e o responsável é o Tião Miranda. Um governo centralizador, não a uma gestão compartilhada, com a Câmara, sindicato, população. Não estamos mais no ano 2000, é importante que o governo compreenda que é preciso reavaliar essa realidade. Ele não cumpre com o nosso PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) do Magistério. Tivemos corte no vencimento e nunca foi devolvido esse recurso pra gente. Dinheiro não é o problema em Marabá. Dinheiro é a solução. A divida maior que está aí, é do próprio governo atual, que não dialoga conosco. Ficamos penalizados com escolas sucateadas”, criticou.
A coordenadora do Sintepp disse que Marabá não consegue contratar professores, que vão para outras cidades, mas não querem trabalhar aqui, com salário tão baixo. “Veja quantos editais soltaram e ninguém aparece. É um absurdo sindicalista vir à tribuna e se humilhar para esse governo. Eles não estavam contando com o nosso movimento forte. Estamos com greve, inclusive, na zona rural”, sustentou Joyce Rebelo.
Ao final, a coordenação do Sintepp entregou uma cópia da pauta que fora encaminhada ao prefeito Tião Miranda dias atrás. Dela, constam 23 itens, que envolvem reajustes, pagamento de abano, gratificações, retroativos, promoções e implementação da hora-atividade.
Pedro Corrêa, presidente da Câmara Municipal, agradeceu a participação dos professores na sessão e disse que a Câmara sempre esteve aberta ao diálogo, mas ponderou que algumas demandas são responsabilidades do Executivo. “A greve é um direito legitimo e amparado pela Constituição. O Walter, presidente do Servimmar, veio aqui e não precisou enviar oficio para usar a tribuna desta Casa”, contemporizou.
Ainda segundo o presidente, o Poder Legislativo vai garantir o reajuste do servidor da Câmara, que é um direito garantido por lei. “Como gestor desta Casa, não faço planejamento sem definir minhas obrigações. Ficar seis anos sem reajuste e seis anos sem sentar com a categoria não dá. Não tem como resolver os problemas da cidade ou do servidor sem sentar e abrir diálogo para verificarmos aquilo que é possível ou não”, disse.
Pedrinho lembrou que, na última semana, a Câmara chegou ao consenso de que, se não houvesse diálogo do Executivo sobre reajuste salarial, o Poder Legislativo trancaria a pauta de interesse da Prefeitura, até que fosse garantido o aumento. “O prefeito nos enviou oficio dizendo que realizará uma reunião nesta sexta-feira, dia 25. Ele nos garantiu que a reunião ocorrerá. Pedimos ainda que volte a Mesa de Negociação e que a Câmara tenha participação nela, para ampliarmos o diálogo”.
Os vereadores Coronel Araújo, Cabo Rodrigo, Ray Athie, Marcelo Alves, Frank do Jardim União, Dra. Cristina Mutran, Miguelito, Ilker Moraes e Alecio Stringari usaram a palavra para se solidarizar com os educadores e reconhecer que seis anos sem reajuste salarial é inaceitável.