Projeto Maria da Penha em Miúdos faz balanço das ações de 2023

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 05/12/2023 09h15, última modificação 06/12/2023 08h25

O projeto Maria da Penha em Miúdos: Construindo Caminhos de Igualdade 2023 teve seu encerramento na manhã desta segunda-feira, 5, no Plenário do Poder Legislativo. Desenvolvido pela Elmar (Escola do Legislativo de Marabá) em parceria com a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulher e o Ministério Público Estadual.

Vale ressaltar, que houve uma reformulação no projeto para incluir a Revista Turma da Elis Regina com intuito de oferecer aos estudantes a oportunidade de conhecer, discutir, problematizar e prevenir a violência contra as mulheres.

“O projeto foi realizado em parceira com outros agentes e instituições que já atuam nessa rede de proteção e combate a essa prática que ainda assola nossa sociedade”, detalhou a servidora da Elmar, Fiama Costa.

Ela ainda explicou que este ano foram contemplados alunos da educação infantil até o ensino superior com ações, estudos e reflexões. “Esperamos que em 2024 o número cresça e possamos levar este conteúdo para mais estudantes e, assim, termos a certeza de que podemos mudar o mundo”.

A professora Dra. Sara Brígida Farias Ferreira, mestre em Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano na Amazônia, pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, palestrou sobre a “Violência Contra as Mulheres no Ambiente Digital”.

Ela explicou sobre a violência contra as meninas no âmbito escolar, que desde muito novas sofrem esse tipo de violência. “As estatísticas a maioria das pessoas que sofrem violência sexual são mulheres e agressores os homens, são meninas entre 10 e 14 anos que estão numa fase de formação. A violência está no âmbito de trabalho, em casa e no universo virtual também”.

Sara Brígida também explicou sobre a cultura do estupro, a questão de julgar as mulheres pela roupa, sexíssimo e misoginia. Em sua visão, a sexualidade de meninas e mulheres vem sendo violada em todos os lugares e em todos os momentos, ainda como origem do patriarcado, com a figura dos homens sobre as mulheres, que historicamente sofreram todo tipo de abuso, e antes não poderiam falar nada. “Muitas mulheres já tiveram de chegar a pedir autorização do marido para trabalhar. Hoje não precisamos, mas não estamos livres da violência”.

A profissional também abordou sobre crimes cibernéticos contra as mulheres, assédio cibernético, perseguição, pornografia de vingança, sextorsão e cyberbulling.

Por sua vez, Gabriela Silva, coordenadora-executiva da Escola do Legislativo, disse que a Elmar encerra o ano com muita satisfação pelo trabalho realizado. “Estamos extremamente agradecidos a todos os parceiros do projeto, à Coordenadoria Especial de politicas públicas, e a parceria entre o Legislativo e o Executivo, trabalhando juntos para combater a violência contra as mulheres”.

Ainda segundo ela, o projeto alcançou mais de 2.000 alunos este ano, desde a educação infantil com contação de histórias, musicalização, até o ensino superior, com poesias, rodas de conversa e vídeos.

O Juiz Alexandre Arakaki, titular da Vara da Violência contra a Mulher, pediu para que as jovens tenham segurança e se imponham, para que nunca sejam vitimas de violência e subjugadas. “Tenham confiança e segurança, não precisam de ninguém dizendo o que vocês são. Vocês que estarão aqui, cuidando da sociedade, eu repito: é errado bater em mulher, desrespeitar a mulher e o homem. Nossa sociedade deve ser justa, igualitária e respeitosa. O ano de 2024 está chegando firme e forte com a mesma caminhada, e o sorriso de vocês me faz ter força para continuar com o mesmo trabalho”, ressaltou.