Representantes da SESPA explicam atendimentos existentes em Marabá

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 23/09/2025 11h56, última modificação 23/09/2025 11h56

 


Na manhã desta segunda-feira (22), ocorreu, na sala de comissões da Câmara Municipal de Marabá, uma reunião com a presença de representantes do 11º Centro Regional de Saúde – mais especificamente do Departamento de Regulação Regional, setor da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e de vereadores do Parlamento marabaense. O encontro foi promovido pela Comissão de Saúde, Segurança e Seguridade Social desta Casa de Leis, presidido pelo primeiro-secretário, vereador Ubirajara Sompré (MDB).
A pauta tratou do acesso de pacientes aos equipamentos públicos de saúde existentes em Marabá - Hospital Regional e Policlínica Carajás - que abriga o Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (Natea). O momento serviu para esclarecer, junto aos presentes, quais os trâmites necessários para que os usuários possam acessar os serviços ofertados por essas unidades públicas de saúde.
Lorenna Monteiro Nolêto Fachetti, diretora da Divisão de Operação, Controle e Avaliação (Doca), da Sespa no 11º Centro Regional, expôs os passos necessários para que os pacientes acessem esses equipamentos públicos. Segundo ela, as instituições citadas atuam a partir do sistema de regulação hospitalar, solicitação feita junto ao 11º Centro Regional, tendo como critérios o estado clínico do paciente — urgência, emergência e casos eletivos. “Trabalhamos com o sistema de regulação de pacientes, pautado em três tipos: urgência, emergência e eletivas. O Sistema Único de Saúde (SUS) precisa ser acessível e igualitário; portanto, devemos promover mecanismos para que essas políticas se concretizem e atendam, da melhor forma, o paciente que está na ponta”, afirmou.
Outro ponto destacado por Lorenna foi a distribuição das vagas existentes no Hospital Regional e na Policlínica Carajás entre os municípios atendidos pela 11ª Regional de Saúde. É válido ressaltar que a regional atende cerca de 37 municípios das regiões de Carajás e do Lago de Tucuruí. “Atendemos cerca de 1 milhão e 600 mil pacientes. Quando recebemos as vagas disponíveis na Policlínica e no Hospital Regional, fazemos a distribuição para os municípios de maneira proporcional à sua quantidade de habitantes. Desse modo, é responsabilidade dos municípios encaminhar os pacientes para esses equipamentos de saúde pública, no caso, o Hospital Regional de Marabá e a Policlínica Carajás”.
A diretora técnica do Hospital Regional, médica Daiane Oliveira, também esteve presente. Como citado, o hospital adota o método de regulação hospitalar, e Daiane relatou como ocorre o acesso aos serviços da unidade. “Temos uma dinâmica de acesso a 100% de nossas vagas a partir do sistema de regulação hospitalar. Nosso hospital conta com 135 leitos, de diversas especialidades. Desses 135, 20 leitos são de UTI e, diante desse quantitativo, nos esforçamos ao máximo para atender à grande demanda que temos todos os dias”, relatou.
Visto como um “desafogo” para a rede municipal, a Policlínica Carajás/Natea também foi representada. Com mais de 35 mil atendimentos desde sua inauguração, em abril deste ano, a unidade adota o modelo de regulação citado. Joabe Lopes, diretor técnico do espaço, detalhou o procedimento de acesso. “A Policlínica Carajás é uma casa de saúde 100% regulada. Nosso foco está nos pacientes eletivos, com a oferta de exames simples e complexos. Além disso, atendemos e acompanhamos pacientes com espectro autista. Para que esses pacientes sejam atendidos, os municípios devem fazer as solicitações e, a partir daí, vamos atendendo conforme nos é apresentado”, disse.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Ilker Moraes (MDB), ressaltou a importância dessas instituições de saúde em Marabá, afirmando que elas não agregam apenas ao sistema público local, mas também às regiões atendidas. “Marabá é uma grande cidade, que atende cidadãos de vários municípios ao nosso redor, e poder contar com esses equipamentos públicos de saúde em nosso município nos ajuda bastante. Mesmo com tantas dificuldades, sabemos o quanto a Policlínica e o Hospital Regional agregam na vida de toda essa população”.
Outro a reconhecer o trabalho realizado foi o vereador Jocenilson Silva (PRD), diante da grande demanda que chega à cidade em busca de tratamento. “Poder contar com o trabalho desses órgãos em Marabá é algo muito bom, principalmente pela grande demanda que temos. Contem sempre com o apoio do Parlamento marabaense para que tenhamos um melhor serviço de saúde em nossos hospitais”, disse.
Com foco no público autista, o vereador Dean Guimarães ressaltou o quão importante foi a instalação do Natea em Marabá. Ele reconheceu a dificuldade enfrentada por famílias para obter laudos relativos ao espectro autista, muito por conta do crescente número de casos e da pouca oferta de profissionais na cidade. Segundo ele, a criação do núcleo impactou positivamente essa realidade. “Hoje, Marabá dispõe de poucos profissionais que atuam nessa área. Esse é o grande gargalo de muitas famílias, que já partilham do desafio de conviver com uma criança autista em casa e precisam desse laudo e de um tratamento adequado. Certamente, o Natea tem ajudado bastante essas pessoas”, enfatizou.
Na mesma linha, a vereadora Maiana Stringari (PDT) enalteceu o trabalho realizado pelo Natea junto aos municípios da região. “A Policlínica foi um presente que Marabá recebeu, pois agrega bastante à região, já que atende diversas especialidades médicas, desafogando o nosso sistema público de saúde”.
Considerando o momento importante e enriquecedor, a vereadora Vanda Américo (União) enfatizou a relevância das explicações dadas pelos representantes, no que tange ao acesso aos serviços de saúde — o que, segundo ela, facilita a vida dos pacientes. “A importância de momentos como este é fundamental para nossa cidade. A sociedade precisa saber como é o acesso a esses equipamentos, e esses esclarecimentos facilitam bastante como ocorre essa dinâmica. Muitos são os serviços ofertados por esses órgãos — exames, acompanhamentos, consultas básicas e especializadas. É disso que nossa gente precisa. Queremos uma maior aproximação entre essas instituições e a população”, falou a vereadora.
Seguindo a mesma linha, a vereadora Cristina Mutran (MDB) parabenizou o trabalho realizado pelo setor de regulação do 11º Centro Regional de Saúde. “Escutei atentamente todas as falas e posso afirmar que o atendimento do 11º Centro é de excelência, principalmente levando-se em consideração os 37 municípios que vocês assistem. Todos os dias, recebemos demandas de dentro e fora de Marabá, e vocês fazem o máximo para atender a todos os casos. Isso é louvável e de fundamental importância para nossa região”.
Membro da Comissão de Saúde, o vereador Márcio do São Félix (PSDB) celebrou a existência dos dois equipamentos em Marabá. Para o parlamentar, o município vive um momento delicado quanto à sua estrutura hospitalar, e a presença dessas unidades aliviou uma situação que, outrora, era desesperadora. “A vinda desses equipamentos públicos do Estado, como foi o caso da Policlínica, foi de grande valia para nossos usuários, pois agrega bastante na vida de muitas famílias, dando mais dignidade aos pacientes”, corroborou.
Defensor de um sistema de saúde pública de qualidade, o vereador Ubirajara Sompré (MDB) destacou a polivalência e o trabalho humanizado realizado pela Sespa nas regiões citadas. Para ele, essa aproximação entre o público e as instituições de saúde precisa ocorrer com mais frequência. “O trabalho realizado pela Sespa em nossa região é muito valoroso, pois o órgão atende diversos municípios de forma efetiva e profissional, levando saúde para aqueles que mais precisam”, disse o indígena guerreiro.