Tratamento oncológico será pauta dos vereadores com governador

por André da Silva Figueiredo publicado 16/06/2021 13h00, última modificação 16/06/2021 13h00

Uma das pautas mais debatidas e cobradas pelos vereadores da Câmara Municipal de Marabá, o tratamento oncológico voltou a ser tema central nas discussões da sessão ordinária desta quarta-feira, 16. Para os parlamentares, é inadmissível que o Hospital Regional de Marabá ainda não tenha esse tipo de atendimento, visto que a demanda na cidade e região é muito grande.

Primeiro a falar sobre o assunto na sessão, o vereador Márcio do São Félix criticou de forma veemente a situação. Ele afirmou que o Tratamento Fora do Domicílio (TFD) sofre com a falta de apoio. Para ele, os pacientes que realizam tratamento de câncer via TFD têm problemas com estadia e sofrem muito com os traslados, visto que, por vezes, vão a Tucuruí ou a Belém e voltam no mesmo dia ou logo após a sessão quimioterápica.
“Sabemos que o recurso disponibilizado para custeio, além de ser irrisório, só vem após o tratamento. Não estou dizendo que o sistema é ineficiente, mas temos de melhorar essa questão. De repente, por meio de emendas coletivas podemos melhorar a estrutura de atendimento desses cidadãos”, enfatizou Márcio do São Félix.
Vereadora que há muitos mandatos vem se posicionando e cobrando a prestação de serviço oncológico em Marabá, Vanda Américo disse que a situação tende a se agravar cada vez mais. Para ela, essa deve ser prioridade na pauta a ser debatida com o governador do Estado, Helder Barbalho. “Vejo que a pauta que está sendo feita para ser discutida com o governador deve conter o tratamento oncológico em nossa cidade. Qualquer cidadão que esteja fazendo quimioterapia ou radioterapia fica muito debilitado, isso é desumano, pois realiza a sessão em outra cidade e retorna no mesmo dia a Marabá”, lamenta.
Ela recorda que o tratamento de câncer é muito caro e poucos planos de saúde cobrem as chamadas neoplasias. “Precisamos que o Governo do Estado implante o serviço de oncologia aqui em Marabá”.
O presidente da Câmara, vereador Pedro Corrêa, lembrou que o serviço de oncologia em Marabá servirá para toda a região. “São 21 municípios que serão contemplados pela a nossa Regional da Sespa, com 1,5 milhão de habitantes, que tem de recorrer a Tucuruí e Belém para o tratamento oncológico. Temos quase 300 pacientes só aqui de Marabá fazendo tratamento oncológico fora do município. Esse tema nos deixa muito indignados. Não é falta de luta de falar com governador, deputado, senador, secretário de Estado para termos esse serviço”.
O presidente lembrou que a Câmara solicitou uma agenda com o gestor Estadual para tratar de assuntos importantes para Marabá. “Nossa primeira pauta será tratamento oncológico no município, para amenizar o sofrimento dessas pessoas que necessitam de tratamento”.
A vereadora Elza Miranda salientou que esse é um assunto que deixa impotente os vereadores por não obterem respostas do Governo do Estado. “Tenho uma filha que teve câncer de mama e isso abala a família toda. O tratamento é caríssimo e requer medicações que são bombas. Pós-tratamento, a paciente fica uma semana com reações, vomitando, tendo náuseas e sendo incapaz de levantar da cama. Vemos como é desumano mandar um paciente para Belém e ter que voltar após a sessão quimioterápica. O fator psicológico de uma pessoa que tem câncer fica extremamente abalado. Marabá conta com dois grandes médicos oncológicos. Temos de oferecer estrutura para tratamento oncológico”.
Revoltado com a situação, o vereador Miguelito fez duras críticas por Marabá ainda não ter esse tipo de atendimento à população. “É revoltante você ir para Belém sem estrutura de nada. Marabá não tem uma Casa de Apoio. Os governos não pensam nas pessoas”, lamentou.