Vanda diz que falta de remédios para cadeirantes é “Deja vu” do governo anterior
Na sessão desta terça-feira, 9, na Câmara Municipal de Marabá, um grupo de dez cadeirantes foi apelar aos vereadores para que intercedam junto ao Executivo para que regularize o repasse de medicamentos e materiais de uso contínuo de mais de 70 pessoas do município que são cadastrados na Secretaria Municipal de Saúde para receber os produtos.
A cadeirante Kátia Cunha da Silva vive os dois lados da história. Ela trabalha no Centro de Saúde Hiroshi Matsuda, na Folha 12, e ao mesmo tempo precisa de medicamentos e sondas que, segundo ela, há cerca de seis meses faltam na rede municipal.
Kátia revelou aos vereadores que os cadeirantes vivem um suplício sem precedentes. Eles levam a receita ao Centro de Saúde, onde recebem um prazo de 15 dias para receber os produtos. Quando retornam, nem os medicamentos nem as sondas chegaram. “Com isso, a receita vence, e depois os cadeirantes têm de voltar ao médico para renovar a receita. E isso vem acontecendo rotineiramente, porque os remédios não ficam mais na farmácia do município. Não sei por que não enviam com a rapidez necessária”, denuncia e lamenta ao mesmo tempo a cadeirante.
Por conta desse impasse, muitos cadeirantes, segundo Kátia, acabam utilizando as sondas por mais de uma vez e terminam adoecendo por infecção e são levados para o hospital, gerando custo maior para o município.
Ela disse ainda que antigamente, quando os cadeirantes iam ao Ministério Público denunciar o problema, os promotores davam 48 horas e o município resolvia as demandas. Agora, o prazo está sendo esticado para 15 dias, o que aprofunda ainda mais o sofrimento de quem precisa dos medicamentos e sondas.
Boa parte dos vereadores se mostrou indignada com a situação. A vereadora Vanda Américo, membro da Comissão de Saúde da Câmara, lamentou que os cadeirantes estejam mais uma vez peregrinando nos corredores da Câmara em busca de assegurar seus direitos garantidos por lei. “Vamos nos colocar no lugar deles, que vão para os postos de saúde, Secretaria de Saúde, cobram, e muitas vezes os materiais não chegam. Quando chegam, são de péssima qualidade. Essa história é um Deja vu (termo da língua francesa que significa “já visto”) do governo anterior e não deveria jamais se repetir”, ressalta a vereadora.
Depois da exposição dos problemas por parte de alguns cadeirantes, Vanda e Guido Mutran, da Comissão de Saúde, se reuniram em uma sala com os cadeirantes e anotaram todas as demandas. Ficou acertado que ainda esta semana será agendada uma reunião entre Câmara, Ministério Público e secretário municipal de Saúde, Nagib Mutran, para discutir as demandas e encontrar solução definitiva.
Vê que há falta de respeito e não há coletores, canaletas e os cadeirantes ficam usando várias vezes um produto que era para ser descartável.
Drama da Passarela
Além disso, os cadeirantes apresentaram outra demanda coletiva chamada passarela sobre a BR-230, em frente ao INSS. Segundo Kátia, com o início a operação da passarela, os cadeirantes souberam que a empresa que pinta as faixas de pedestres vai apagá-las porque não haverá mais necessidade de passagem a pé por aquele perímetro. “Aquela passarela não tem a mínima condição de um cadeirante subir. Em Belém, as novas passarelas têm elevador, mas aqui não foi implantada essa tecnologia”, conta ela.
Vanda sugeriu que a Uniforças, associação que integra os cadeirantes, apresente a demanda ao Ministério Público para que o DNIT e a Prefeitura discutam o problema e apresentem uma solução para eles.