Vereadores alertam para fim de contratos no HMM e temem o caos

por André da Silva Figueiredo publicado 23/06/2022 13h35, última modificação 23/06/2022 13h35

Durante a sessão realizada nesta quarta-feira, 22 de junho, alguns vereadores se mostraram muito preocupados com a situação do sistema de saúde de Marabá. Um dos pontos mais debatidos foi o caso específico do Hospital Municipal de Marabá (HMM), que os parlamentares classificaram como “muito preocupante”.

O vereador Márcio do São Félix relatou que os contratos de alguns servidores do HMM estão chegando ao fim e que isso é muito preocupante. “Apesar de estarmos superando a pandemia, temos um fluxo intenso no HMM, sabemos que o município assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público Estadual que permitia a contratação imediata, sem processo seletivo ou concurso, de alguns profissionais, e esses estão prestes a serem destratados. Peço ao MP, Executivo e CMM para rever essa questão. Muitos vereadores têm ido até o HMM e constatam que o fluxo está grande, independente de pandemia. Aquilo vai entrar em crise de mão de obra. Marabá não vive crise financeira, mas crise administrativa”, avalia.

Para Márcio do São Félix, é preciso Executivo e Legislativo discutam essa temática. “Quando entrar em colapso vai ficar difícil. Os corredores estão cheios, pronto socorro está lotado, não há leitos disponíveis nos blocos cirúrgicos e clínicos. Está um verdadeiro caos a situação do nosso hospital”, lamentou.

O vereador Ray Athiê salientou que não consegue entender que os servidores contratados sejam demitidos, porque passaram por um período turbulento, como a pandemia, e serão descartados por outros profissionais, que não têm conhecimento algum, por exemplo, dos cuidados com pacientes afetados pelo coronavírus. “Sugiro ao prefeito e ao vice-prefeito que atendam o pedido dessa Casa, renovando até dezembro esses contratos. A pandemia diminuiu, mas ainda estamos tendo mortes, e mais recentemente houve aumento de casos de covid-19 em todo o País”.

O vereador Coronel Araújo disse acreditar que a alta demanda do HMM ocorre por não haver centros de saúde funcionando 24 horas em outros pontos da cidade.  “A maioria dos casos que chegam aos hospitais poderia ser resolvida num posto de saúde, se esse funcionasse por 24h. As pessoas, às vezes, estão passando mal por uma dor de cabeça e vão ao hospital.

De acordo com o parlamentar, o secretário de Saúde, Luciano Dias, avisou que não consegue médicos para atuar em regime de 24 horas nos postos de saúde. Segundo ele, o secretário expôs que se abrirem um processo seletivo para contratação de profissionais para trabalhar como plantonistas, a fila é grande, mas se revelar que é para centros de saúde, não aparecem candidatos. “Se resolvermos o problema do posto de saúde 24h, em cada núcleo, não tenho dúvida de que a demanda do HMM irá diminuir muito. Sugestão é abrir um PSS exclusivamente para trabalhar nos postos de saúde 24 horas por dia”., reafirma Araújo.

O decano Miguel Gomes Filho, o Miguelito, disse que o HMM vive lotado de pacientes porque a atenção básica não funciona. Para ele, era importante manter, em cada núcleo da cidade, um posto que funcionasse à noite, pois 90% das vezes o atendimento no hospital é característico de posto de saúde.  Ele afirmou também ser a favor de que os contratados atuais permaneçam.

Miguelito lembrou que a PMM assinou um TAC com o MPPA, se comprometendo que quando encerrassem os contratos emergências da pandemia, não poderia ser contratado ninguém, a não ser por processo seletivo ou concurso público. Para ele, é preciso deixar as pessoas treinadas atuarem, as quais já têm experiência no atendimento. “Achava bom que o MP e a PMM fizessem um novo TAC para que pudesse aproveitar esse pessoal que já conhece a rotina do hospital”, sugeriu Miguelito.