Vereadores buscam garantir mão de obra local na construção de nova ponte
Durante reunião com representantes da Vale nesta quinta-feira, 30 de junho, os membros da Comissão Especial de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá discutiram várias questões relacionadas à obra de construção de duas novas pontes sobre o Rio Tocantins, em Marabá (uma rodoviária e outra ferroviária).
Os vereadores mostraram preocupação com os impactos sociais nas obras que serão realizadas para acesso nas duas cabeceiras da nova ponte rodoviária e, ainda, na garantia de contratação de mão de obra local para execução do projeto durante cinco anos.
Participaram da reunião, pela Vale, Ana Carolina Alves, gerente de relações institucionais do corredor norte (Pará e Maranhão); Plinio Tocchetto, gerente executivo de projetos novos; Bruna Ferreira Mol, gerente de planejamento; Paulo Carreira, gerente de engenharia; e Saulo Lobo, analista de relações institucionais da Vale em Marabá.
Pela Comissão de Desenvolvimento, participaram o seu presidente, Miguel Gomes Filho, o Miguelito; Pedro Corrêa Lima, presidente da Câmara; Ítalo Ipojucan, debatedor; João Tatagiba, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá; Luciano Lopes Dias, vice-prefeito de Marabá; e os vereadores Vanda Américo (licenciada para presidência da Fundação Casa da Cultura); vereadores Aerton Grande e Raimundinho do Comércio; e Reinaldo Barbosa, coordenador do Sine.
Plinio Tocchetto disse que o projeto da nova ponte sobre o Rio Tocantins é desafiador. “A obra, por si só é o espelho da ponte existente, mas o maior desafio é por sua localização dentro da cidade. Temos aprendido ao longo do tempo que o mais importante não é o que fazer, mas como fazer e como interagimos com quem está próximo. Vamos replicar neste projeto o que já desenvolvemos em outros, tendo certeza que estamos desenvolvendo a comunidade local, contratando mão de obra e serviços oferecidos aqui”, disse.
Paulo Carreiro apresentou o projeto da construção da nova ponte e disse que não será apenas uma ponte, mas um complexo rodoviário e ferroviário com duas novas pontes independentes, com 2.300 metros de extensão cada uma.
Lembrou que o prazo de execução será de cinco anos, com investimento de 830 milhões de dólares ou 4,1 bilhões de reais. “Esse projeto foi dimensionado, certificado e passou por outras análises, inclusive o estudo de navegabilidade, com simulação realizada com 35 sequências. Essa obra será de referência e vai mudar o visual da cidade. Será importante para a Vale e, claro, para o município de Marabá.”, revelou Paulo Carreiro.
Bruna Mol falou sobre a execução e cronograma da obra, destacando que serão contratadas cerca de 400 pessoas no pico de obras durante a primeira fase (em novembro deste ano) e 1.600 pessoas no pico das obras de construção ao final do segundo ano do projeto. “Uma das premissas para contratação é a priorização da mão de obra local em articulação com o Sine. Assim como a aproximação com a Associação Comercial de Marabá para o fomento da contração de fornecedores da região”, garantiu ela.
As obras da Aterpa iniciam em agosto. Ela vai preparar os espaços, como terraplanagem, retirar vegetação e postes para construir a ponte a partir de 2023. Previsão da empresa é ficar até início de 2023, começando pela cabeceira do São Félix, que terá o maior volume de terraplanagem, que deverá iniciar este ano.
Plínio Tocchetto reafirmou que o compromisso da Vale é direcionar as vagas que serão abertas por meio do Sine. “Precisamos garantir que as empresas coloquem as vagas no Sine e que as pessoas tenham acesso ao cadastro junto ao Sistema Nacional de Emprego. As empresas foram contratadas porque têm corpo técnico, experiência e um conjunto de profissionais certamente virá para cá. Mas outros trabalhadores elas deverão contratar em Marabá. Nosso interesse é ser transparente”, garantiu.
O vice-prefeito Luciano Dias pediu informações sobre os acessos rodoviários, mostrando onde as vias da nova ponte vão entrar na cidade. “Esse, certamente, será um vetor de desenvolvimento, mas terá impacto urbanístico também, tanto do lado do São Félix quanto do Nossa Senhora Aparecida”, alertou.
Plínio disse que há discussão interna sobre onde o acesso irá passar e a Vale está trabalhando para diminuir os impactos nas vias já existentes. “Vamos tentar eliminar os impactos negativos. Aprendi com a dor em outra obra e sabemos que precisamos cuidar de quem está do lado da gente”.
Do lado do São Félix serão criados mini túneis e passarelas para facilitar acesso das pessoas com segurança. Na Nova Marabá, todo o fluxo vai ser levado para a pista da Coca Cola. A partir do final do projeto, haverá passagem inferior da Coca para passar apenas veículos. Haverá rotatória para levar os veículos para a duplicação da PA-150, que está sendo executada pelo governo do Estado.
O presidente da Câmara, Pedro Corrêa, disse que a Comissão de Desenvolvimento gostaria de participar e ter acesso às estatísticas claras sobre a contratação de mão de obra e prestação de serviços, sugerindo que um servidor da Casa participe e acompanhe, junto ao Sine, das contratações de mão de obra.
Vanda Américo alertou os presentes que se não houver boa vontade da Vale, o Sine não terá condições de garantir a mão de obra local. Observou que a Comissão de Desenvolvimento esteve com o prefeito para discutir a obra da ponte, mas entende que é preciso ampliar o diálogo entre Executivo, Legislativo e a Vale.
“O diálogo que desenvolveram com o prefeito sobre asfalto, é preciso fazer o mesmo com a questão social. Precisamos de emprego, sim, mas também de projetos que contemplem a área social. Se não tivermos preparados, durante a obra os problemas sociais, como morte de adolescente, vão aumentar ainda mais”, advertiu.
Ana Carolina garantiu aos membros da Comissão de Desenvolvimento que, na próxima reunião, a Vale vai apresentar as informações solicitadas de acordo com as demandas apresentadas e a evolução das obras.