Vereadores cobram retomada de atendimento terapêutico a crianças com TEA

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 14/10/2025 15h01, última modificação 14/10/2025 15h01

 

 

 

Quase uma semana após a manifestação de mães de crianças e jovens atípicos, vereadores da Câmara Municipal de Marabá voltaram a cobrar, em plenário, que a Prefeitura regularize os atendimentos de terapia para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), suspensos após o fim de contratos com clínicas conveniadas. Parlamentares pediram planejamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), retomada urgente dos serviços e medidas estruturantes para responder ao crescimento da demanda.

O vereador Márcio do São Félix (PSDB) afirmou que a paralisação poderia ter sido evitada. Segundo ele, a Prefeitura recebeu a informação de que o contrato com a clínica terminaria e, mesmo assim, não houve planejamento para que o atendimento não fosse suspenso. “O contrato acabou e queremos saber o que já foi feito. A sociedade continua clamando e precisa de resposta. As clínicas estão aí, as crianças precisam de atendimento e isso deve ser resolvido. Vejo piora nessa área na atual gestão; há desplanejamento em diversos setores”, criticou.

O presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB), também lamentou a interrupção do serviço e cobrou providências da SMS para garantir novo credenciamento. “Se há um contrato com prazo de validade, é dever do gestor dar andamento ao processo seguinte. A única palavra que pode ser usada neste momento é incompetência. Marabá está com a gestão travada, não se licita nada e a saúde piora a cada dia. Não podemos aceitar tantos problemas numa cidade com mais de R$ 400 milhões em caixa”, afirmou.

A vereadora Vanda Américo (União) destacou que crianças e jovens com TEA não podem ter a rotina quebrada, sob risco de regressão terapêutica. “É impressionante a falta de planejamento na saúde. O Legislativo precisa dar voz a quem está sem atendimento e sentar com o prefeito para resolver. Não podemos fechar o ano sem respostas”, pontuou.

O vereador Marcos Andrade (PSD) chamou atenção para a dimensão do problema e sugeriu ampliação da rede especializada. “O tema dos autistas e das crianças atípicas vem tomando o noticiário. Precisamos de compromisso. Pedi ao Executivo a construção de um novo NAETEA na Nova Marabá. Só na rede municipal são 1.700 crianças, e esse número cresce. Precisamos também resolver a falta de medicação na rede pública”, destacou.

Os vereadores reforçaram que a continuidade do cuidado com terapias, acompanhamento multiprofissional e medicação é essencial para o desenvolvimento das crianças e para o alívio das famílias.

Ao final, defendem três frentes imediatas: (1) regularização dos contratos/credenciamentos para retomada dos atendimentos; (2) definição de fluxo provisório enquanto os processos administrativos são concluídos; (3) um plano de expansão que inclua estrutura física, equipe e insumos para atender à demanda atual e futura.

A Câmara informou que seguirá acompanhando o tema, cobrando prazos e transparência da gestão municipal e mantendo o diálogo com as famílias e entidades que atuam na defesa dos direitos das pessoas com TEA.