Vereadores criticam situação da saúde em Marabá

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 25/06/2025 09h15, última modificação 25/06/2025 09h15

Na sessão ordinária desta terça-feira, dia 24, os vereadores usaram a tribuna da Câmara de Marabá para repercutir a avaliação feita pelo secretário de Saúde sobre a situação dos processos, investimentos e planejamentos da gestão municipal que foram e estão sendo realizados pelo Poder Executivo.

O vereador Marcelo Alves afirmou que, ao que tudo indica, as metas de curto prazo envolvem apenas pequenas reformas e manutenções na infraestrutura dos prédios públicos. Já as metas de médio prazo apresentam pouca evolução, e as de longo prazo, ainda menos. “O prefeito disse que iria colocar os 25 postos de saúde funcionando 24 horas. E o secretário falou que estão estudando colocar três até as 22h, o que já é uma melhora”, pontuou.

Ele criticou ainda a situação do Hospital Materno Infantil, onde continuam ocorrendo mortes de crianças e parturientes, como no recente caso da adolescente indígena. “Este caso, inclusive, se for tudo verdade o que a família relata, trata-se de um assassinato. A situação da saúde continua ruim. Contratação de médicos, aquisição de equipamentos, organização e compra de insumos e medicamentos — não vemos a mudança prometida durante o processo eleitoral. A saúde de Marabá piorou. É preciso tirar um pouco desses R$ 340 milhões que estão em caixa para realizar as cirurgias eletivas. Precisamos focar nisso. Reduzir os gastos com shows e investir mais na saúde”, declarou.

A vereadora Vanda afirmou ter recebido denúncia de que no Posto de Saúde Hiroshi Matsuda estavam faltando medicamentos como losartana e metformina, além da ausência de fraldas e sabão em algumas unidades. “Quando vão começar as cirurgias eletivas, principalmente para mulheres com colapso de útero? Pediram seis meses e, ao final desse prazo, não temos uma resposta. Tem recurso em caixa, tem que trabalhar. Para show, carro blindado, painel de LED tem recurso, mas para a saúde não há prioridade”, criticou.

O vereador Jocenilson Silva destacou que, no papel, o planejamento é bonito, mas na prática não se percebe melhoria. “Recebo diariamente fotos e vídeos de pessoas deitadas no chão. Temos uma cidade bilionária — como o prefeito costumava dizer e agora não fala mais. Por que não se dá prioridade à saúde? Não vemos boa vontade do gestor no que diz respeito à saúde pública.”

Ele lembrou que o ex-prefeito deixou R$ 167 milhões em caixa, e atualmente o município tem R$ 340 milhões. “Pergunto por que esse dinheiro não está sendo utilizado na saúde pública, na educação, no pagamento dos servidores. Queríamos vir aqui, após a reunião com o secretário de Saúde, para elogiar o governo, mas não vemos melhorias. Fica o nosso desabafo. Mais de 7.000 cirurgias por fazer e seis meses sem solução — isso é um absurdo.”

O vereador Marcos Andrade cobrou da gestão informações sobre as cirurgias eletivas que estão paradas. Segundo ele, dentro de 30 dias será publicado o edital, e no máximo em 60 a 90 dias as cirurgias começarão a ser realizadas, com previsão de 120 por mês e 1.500 por ano.