Vereadores querem garantir aumento da capacidade de novo estádio de futebol

por André da Silva Figueiredo publicado 22/03/2018 12h10, última modificação 22/03/2018 12h11
Vereadores temem que com capacidade reduzida, o estádio pode vir a se transformar em um elefante branco

Durante reunião com secretários municipais de Obras e de Planejamento, Fábio Moreira e Karam El Hajjar, respectivamente, os vereadores de Marabá ficaram espantados com a informação de que a capacidade do estádio municipal, depois de pronto, será reduzida a apenas 2.000 torcedores, enquanto o velho Zinho Oliveira, atualmente, pode receber até 5.000 pessoas.

O estádio em questão começou a ser construído em agosto de 2010, na gestão do então prefeito Maurino Magalhães, mas as obras foram paralisadas antes de terminar seu governo por problemas com prestação de contas e repasse de contrapartidas do município. O estádio deveria atingir a capacidade de 20 mil pessoas e estava orçado inicialmente em R$ 35 milhões.

Mas com o redimensionamento, segundo a empresa Escoar Engenharia, responsável pela conclusão das obras, o valor total do investimento ficará em R$ 15.818.503,06. O Ministério do Esporte entrará com R$ 12.086.467,49 e o município com contrapartida de R$ 3.732.035,57, ou seja cerca de 20% do valor total.

Até agora, foram realizadas 30% das obras do total previsto, com terraplanagem, fundação, lajes, pilares, vigas, os três pavimentos, cerca de 20% das arquibancadas previstas, revestimento, sistema de drenagem do campo e sistema de irrigação.

O secretário Fábio Moreira explicou que havia duas possibilidades em relação ao estádio municipal: devolver todo o dinheiro empregado ou dava funcionalidade ao projeto. “Ficou decidido que vamos aproveitar a estrutura existente, fazer acabamento e colocar para funcionar. Depois, podemos buscar mais recursos para ampliar a capacidade, inclusive para 20 mil pessoas, como estava projetado inicialmente”, ressaltou.

Fábio observou que foi prevista uma redução da meta física, com atualização dos serviços e seus valores. Após aprovação destes trabalhos pela equipe de engenharia da Caixa Econômica, que financia a obra, será realizada nova licitação para conclusão dos trabalhos.

Mas os vereadores não aceitaram essa justificativa. O presidente da Câmara, Pedro Corrêa, disse que formará uma comitiva de vereadores para ir ao prefeito Tião Miranda e discutir a questão, que para ele é muito séria. “A Federação Paraense não permite que Remo e Paysandu joguem em estádio com capacidade menor que 5 mil pessoas. O mesmo acontece com a CBF e, quando o Águia retornar a competições nacionais, precisará de um estádio mais amplo”, destacou.

Pedrinho acredita que com essa capacidade reduzida, o estádio vai se transformar em um elefante branco e nem O Corpo de Bombeiros vai dar aval para jogos. “Temos de ter o mínimo de 4 ou 5 mil torcedores ou ele não terá funcionalidade”, argumentou, lembrando que todos os anos a comunidade marabaense passa vergonha em relação ao gramado e condições das instalações do estádio Zinho Oliveira, de uma forma geral.

O vereador Alecio Stringari também esperneou bastante e sugeriu que o município peça contrapartida do governo do Estado para ampliação da capacidade do estádio, de 2000 para 5.000 assentos.

OUTROS ASSUNTOS

A reunião também serviu para os secretários esclarecerem sobre o estágio das obras de macrodrenagem da Grota Criminosa e Grota do Aeroporto. O diálogo ocorreu na Sala de Comissões da Câmara e contou ainda com a participação de representantes das duas empresas responsáveis pelas três obras: Artec Construtora (Grota Criminosa) e Escoar Engenharia (Grota do Aeroporto e Estádio Municipal).

Jaime Pessoa, da Artec, disse que a obra em execução será de contenção de cheias e macrodrenagem da Bacia do Córrego da Grota Criminosa e faz parte do plano de saneamento integrado, contemplando incialmente as folhas 23 e 26, com água, esgoto e pavimentação. Explicou que as coletoras já foram concluídas e em cada bairro foi implantado sistema de drenagem, fazendo coleta domiciliar. “Temos 8,5 km de rede coletora, 2 km de coletor tronco, 2 estações elevatórias de esgoto e 4,7 km de linhas de recalque. Posteriormente, esse sistema vai poder receber esgoto de outras áreas da Nova Marabá e Velha Marabá”.

As obras, disse, estão paralisadas por causa do período chuvoso, mas deverão retornar ainda no mês de abril, devendo ser concluídas até o final deste ano.

Francisco, da Escoar Engenharia, apresentou o projeto da Grota do Aeroporto, no núcleo Cidade Nova, e lembrou que houve revisão do projeto ainda na gestão anterior, com reprogramação e redução da meta física, que está em andamento. O projeto foi contratado junto ao programa de urbanização de áreas de assentamento precário, no Ministério das Cidades. Sete bacias receberiam benfeitorias, inicialmente, mas com a reprogramação, apenas três áreas serão beneficiadas. “Será implantado um Parque Linear Ambiental, com estrutura de lazer”, garantiu, explicando que há contrapartida da Prefeitura de Marabá nesta obra.

A reprogramação e retirada do projeto de água e esgoto que beneficiaria o núcleo São Félix e Morada Nova, transferindo para a Grota do Aeroporto, também foram bastante questionadas pelos vereadores. Nonato Dourado, morador do São Félix, ficou inconformado e lamentou a mudança.

A Reportagem do blog levantou que seriam necessários cerca de R$ 2,5 milhões para que a arquibancada seja ampliada e a capacidade do estádio chegue a 5.000 torcedores sentados.