Vereadores se comprometem a fortalecer a luta em favor da Unifesspa

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 16/08/2022 12h25, última modificação 16/08/2022 12h25

Durante a sessão ordinária desta terça-feira, 16 de agosto, a Câmara Municipal abriu espaço para o reitor da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), Francisco Ribeiro Costa, apresentou o atual quadro orçamentário da instituição e os riscos ao funcionamento da instituição devido à redução da verba destinada à educação no âmbito federal.
O reitor revelou, também, as medidas emergenciais que foram adotadas diante dos sucessivos cortes no repasse de verbas pelo Ministério da Educação, medidas que ele considera insuficientes para assegurar o funcionamento mínimo da instituição, em seus diferentes campi e linhas de atuação.
Mostrou aos vereadores que, com os cortes, a partir de setembro, a Unifesspa não terá suporte orçamentário para ações básicas, como o pagamento de energia elétrica, limpeza, manutenção, dentre outras, mesmo já tendo adotado medidas restritivas em relação a centenas de ações voltadas para o ensino, pesquisa e extensão. “Queria trazer boas notícias, mas venho mostrar nossa atual situação. Essa universidade foi construída a partir dos sonhos da sociedade do sul e sudeste do Pará, mas especialmente de todos os marabaenses”, desabafou.
A Unifesspa, segundo ele, irá destacar a urgente necessidade de recomposição do orçamento da universidade, o segundo menor da história da universidade, no momento em que busca se firmar e se consolidar, às vésperas de sua primeira década como instituição com autonomia administrativa.
De acordo com dados apresentados pelo reitor Francisco Costa, no mês de maio deste ano, o Ministério da Educação anunciou, inicialmente, um bloqueio de 14,5% no orçamento da universidade para 2022, sendo este valor reduzido para 7,2% dias após o primeiro anúncio. Em junho, novos cortes no valor de R$ 1,7 milhão foram informados pelo MEC. Somados, os cortes reduziram o orçamento da Unifesspa para R$ 13,3 milhões, um dos menores dentre todas as Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs) do país e o segundo menor da história da instituição. “O montante já estava defasado tanto pela inflação quanto pela ausência de atualização do referencial monetário, além de reduções nominais ao longo dos últimos quatro anos”, destacou.
Por fim, informou que tem buscado articulação com deputados federais, senadores e com o MEC (Ministério da Educação). “Mas a liberação de recursos depende muito do Ministério da Economia, que é quem tem a chave do cofre. Estar aqui na Câmara Municipal de Marabá é uma ação importante. Vocês que pensaram essa universidade, que passou a existir pela movimentação que a comunidade fez. Por isso, vim pedir apoio para ajudar a sensibilizar os deputados federais para que a instituição não seja mais penalizada ainda. A universidade não é minha. Ela é nossa. Vamos defendê-la”, conclamou o reitor.
Os vereadores se manifestaram favoráveis à universidade. O presidente da Casa, Pedrinho Corrêa, observou que este é um momento político importante para reivindicação da liberação de recursos, com vereadores próximos aos deputados e senadores de seus partidos. “Entendemos a importância da Universidade, que é uma instituição pública e de qualidade. Temos muito orgulho de a Unifesspa estar instalada aqui em nossa cidade. Precisamos, sim, resolver essa situação caótica”.
O vereador Márcio do São Félix disse não entender se a decisão de diminuir os recursos das universidades foi política, mas a considera como “burra”. “Não se cresce uma nação sem ciência, sem conhecimento. Retirar dinheiro da educação é uma estratégia idiota. Os mandantes da nação criam um mal-estar. Quando se trata de educação pública de terceiro grau, as universidades públicas federal têm o nível de excelência e se tornaram alvo de boicotes. Os representantes do povo a nível federal podem, sim, fazer lobby para liberação de recursos”, reconheceu.
O vereador Ilker Moraes destacou que a Unifesspa tem um trabalho brilhante em Marabá e região. “A instituição vem crescendo, e o capital humano é o que mais nos orgulha, com mão de obra qualificada. São milhares de jovens, pais e mães de família que se formam, conseguem entrar no mercado de trabalho. Os cortes, principalmente de custeio, são lamentáveis. Sei que há outras universidades do País que padecem da mesma natureza. Sugiro que a Casa elabore documento para enviar ao MEC e à Presidência da República para mostrar que a Câmara de Marabá está reivindicando a liberação de recursos necessários para a manutenção da Unifesspa”, disse Ilker.
O vereador Marcelo Alves também falou sobre a relevância da Unifesspa e lembrou de como a Câmara já atuou em favor da instituição em outra ocasião parecida. Ele também se mostrou favorável a elaboração de uma Nota Pública de apoio à Unifesspa por parte do Legislativo.
Por fim, o vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, lembrou que a luta da Unifesspa saiu da Câmara, em 1989, e que essa pauta precisa continuar no Parlamento de forma contínua, agora para ajudar a manter o padrão que a instituição adquiriu em quase uma década de existência.
A vereadora Cristina Mutran também destacou a relevância da Unifesspa para Marabá e destacou que sempre atuou na defesa da universidade. Para ela, quando a instituição educacional fica fragilizada, toda a comunidade acadêmica sofre, inclusive os estudantes. “Precisamos mostrar nossa força e apoiar nossa universidade, tão importante para o crescimento da região e deste Estado”.