Vereadores voltam a discutir retirada de areia na Praia do Tucunaré

por Adriano Ferreira Carvalho Moura publicado 22/05/2024 11h22, última modificação 22/05/2024 11h22

Na abertura da sessão ordinária desta quarta-feira, dia 22, os vereadores voltaram a discutir um problema antigo em Marabá, que afeta banhistas e já teria provocado a morte de dezenas de pessoas ao longo dos anos.

Quem levou a temática para a tribuna foi a vereadora Vanda Américo, que alertou os colegas sobre o risco que correm as pessoas que procuram a Praia do Tucunaré durante o veraneio e acabam caindo em buracos deixados pelas empresas que captam areia e seixo na região da praia durante os períodos de cheia e até mesmo quando os rios estão com menor volume de água. “Levei essa denúncia ao Ministério Público Federal há cerca de 30 anos, advertindo sobre a exploração de areia em cima da Praia do Tucunaré. Passaram três décadas e continuam os oportunistas captando areia na praia. Pessoas vão tomar banho e acabam morrendo”, denunciou.

Vanda também explicou na tribuna da Câmara que poucos municípios do país têm privilegio de ter praia em frente à cidade e avalia que a Praia do Geladinho teria desaparecido por conta da exploração de areia e seixo. “Não podemos deixar pessoas com discursos fáceis criarem armadilhas para famílias que vão em busca do lazer na Praia do Tucunaré”, denunciou.

O vereador Cabo Rodrigo lembrou que, em 2023, membros da Comissão de Mineração da Câmara foram averiguar denúncia do Movimento de Moradores do Cabelo Seco sobre o trabalho das dragas no leito do Rio Tocantins, de forma irregular. Por conta disso, eles chegaram a ir à sede da ANM (Agência Nacional de Mineração) para dialogar e conseguir outra área para as mais de 20 empresas que fazem parte da Cooperativa de Extratores do Bairro Amapá, mas a sugestão apresentada não foi resolvida até hoje, por conta de burocracia de processos internos da própria agência. “A ANM disse que precisava aguardar, porque a área solicitada estava em leilão e agora em junho de 2024 ocorrerá um novo leilão. Se não der certo, eles poderiam passar a área para a cooperativa”, explicou, reconhecendo que é preciso que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realize fiscalização permanente durante a noite, para garantir que as dragas não atuem às proximidades da praia.

O vereador Coronel Araújo concordou com a colega Vanda Américo sobre os riscos para os veranistas que vão à praia se divertir e defendeu que os órgãos de fiscalização sejam firmes no cumprimento de seu papel. “É hora de fiscalizar de forma mais firme e não se pode ficar acomodado e esperando a coisa acontecer. Vamos convocar de novo a SEMMA para exigir a fiscalização permanente”, ressaltou Araújo.

O vereador Ilker Moraes lamentou que hajam grandes empresas que pedem licenças de várias áreas para realizar mineração no leito do rio, mas não utilizam, impedindo, por exemplo, que a cooperativa dos extratores possa operar em um polígono bem abaixo da Praia do Tucunaré. “Há muitos extratores descumprindo o polígono permitido para retirada de sedimentos no leito do rio. É preciso que a SEMMA intensifique a fiscalização”, reconheceu Moraes.