Zona rural de Marabá está sem professores no ensino médio, denuncia Guido
Após receber uma carta de moradores e alunos do primeiro ao terceiro ano do ensino médio da Vila Santa Fé, informando que até o presente momento o Estado ainda não providenciou a contratação de professores temporários e concursados para o ensino modular e regular para atender a comunidade local, na vila, o vereador Guido Mutran lamentou a situação e disse que os estudantes que estão sendo prejudicados estão há um semestre sem professores.
O vereador solicitou que a Câmara Municipal envie um documento ao secretário estadual de Educação e para o governador Simão Jatene, pedindo que a situação seja resolvida, pois os alunos estão perdendo o ano letivo de 2013.
Vanda Américo disse que esteve, ainda na última semana, em Belém para cobrar uma solução para o problema. Para ela, não existe justificativa, até essa data, para que o Estado ainda não tenha dado uma solução à falta de contratação de educadores. “O Estado ainda não contratou os professores, nem do processo modular e nem do regular”, lamentou Vanda.
Segunda ela, é necessário que se volte a fazer pressão. “Lamentamos, profundamente que nas regiões sul e sudeste tenhamos essa dificuldade em se resolver os problemas”. Ela questionou ainda em que situação eles irão enfrentar o processo seletivo do vestibular.
Pedro Souza, que já foi gestor da 4ª URE (Unidade Regional de Educação) em Marabá, enfatizou que o problema da educação no Pará não é da ordem de recurso, mas de gestão, com a centralização das decisões na capital. “Temos escolas na zona rural que há mais de 5 anos não têm professores, isso vem de muito tempo, de outros governos”. Ele lembrou que o estado do Pará figura sempre entre as últimas posições no ranking de desenvolvimento educacional no País. “Ficamos sempre em último e em penúltima posição em termo de qualidade de ensino”, disse o líder do governo.
Para ele, enquanto não for resolvida a falta de autonomia nas decisões que dizem respeito à educação no interior, o processo não avançará, citando o caso de Santarém, em que o curso de medicina, que oferta 50 vagas na cidade, possuí apenas 2 alunos locais, o que mostra a deficiência do ensino médio no interior.
Morador da região do Rio Preto, o vereador Alécio Stringari, o Alécio da Palmiteira, lembrou que o ensino médio é de responsabilidade do Governo do Estado, e que na região do Rio Preto, desde 2001, há um descaso muito grande. “Escolas próximas de Belém estão caindo na cabeça dos alunos, imagine aqui”.
Alécio lembrou, também, que apesar das dificuldades financeiras da Prefeitura, ela tem sido parceira da área, cedendo espaços, disponibilizando professores e dando o suporte que é possível. “Os módulos do ensino médio na zona rural são feitos em 40 dias, quando deveriam ser em 90. A situação é caótica”, analisa Stringari.